quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A FALTA DO TURISMO NOS MUNICÍPIOS DA AMAZÔNIA E DO ACRE


 
UMA DAS CAUSAS DO DESEMPREGO E NÃO GERAÇÃO DE RENDA, É  A FALTA DO TURISMO NOS MUNICIPIOS DA AMAZÔNIA E DO ACRE.
 
Muitos países europeus, de primeiro mundo, vivem apenas do turismo, como atividade econômica principal. No Brasil, e na Amazônia, os governantes ainda não aprenderam o poder e a virtude do TURISMO, que só nossos indígenas tão bem desenvolvem.  
 
Os índios de nossas etnias na Amazônia, não precisam ler este texto, escrito em língua de branco, mestiço, caboclo, mameluco, caiçara, cariboca ou curiboca; porque ninguém melhor que os indígenas para nos ensinar turismo. Eles são afetuosos e sabem o potencial da expressão “seja bem vindo”.
 
Pois bem.... A Amazônia Legal ocupa 61% do território nacional, é toda a área do território brasileiro que abrange o bioma Amazônia, além de conter 20% do bioma Cerrado e parte do Pantanal.
 
Entretanto, nenhum município do Acre explora o turismo, que é uma das atividades mais lucrativas do mundo.
 
A Amazônia é composta por nove estados que compartilham objetivos econômicos, políticos e sociais parecidos; dentre eles, está o Acre.
 
No Acre, o turismo é pífio e decadente, porque as autoridades desconhecem e desprezam o seu potencial. Talvez, nem se saiba o que é “potencial turístico”. Ao que sugere-se uma visita na aldeia mais próxima.
 
Enquanto isso, vou ensinar-lhes, de modo bem azedo, o que é “potencial turístico”:
 
Quando um visitante chega à sua cidade, pessoalmente ou pela internet, ele observa a beleza física e natural do lugar. Em seguida, busca respostas às suas perguntas, e ouve histórias do lugar, do presente e do passado. Ler e ouve depoimentos quanto ao local. Por último, o visitante físico ou digital, observa a infraestrutura e pontos turísticos da cidade, e a cultura do povo. Um povo acolhedor, confiável, hospitaleiro e educado, também constituem o potencial turístico da cidade.
 
Potencial turístico é isso: a riqueza do lugar, formada pelo conjunto de bens materiais e imateriais, palpáveis e invisíveis.
 
Para transformar esse potencial em renda para o povo, o governante precisa instituir o turismo como política pública de desenvolvimento econômico: fazer mapa turístico da cidade, melhorar ruas e praças públicas, organizar a história escrita da cidade, instituir parcerias público-privadas, incentivar empresários donos de hotéis e restaurantes, conscientizar o cidadão da importância do bom acolhimento ao turista, e, por último, divulgar ao mundo e atrair turistas.
 
Ótimo colocar uma placa na entrada da cidade: SEJA BEM VINDO. Isso seria um começo. Que no Acre, pouco se vê. 
 
Foto: Doutor Rosaldo e amigos, em momento de selfier, na rotatória de entrada do município de Feijó, no Acre. 

 
Foto: rotatória de entrada, chegando ao município de Tarauacá. Sentido Cruzeiro do Sul. 
 
 Foto: rotatória de entrada, chegando ao município de Tarauacá. Sentido Cruzeiro do Sul. 
 
Foto: rotatória de entrada, chegando ao município de  Sena Madureira. Sentido Manoel Urbano.  
 
O Acre, é a união da tradição com a modernidade na construção do desenvolvimento humano, e considerando uma sociedade única de preservação de valores e costumes da "Florestania", que são os princípios de respeito ao meio ambiente e à multiplicidade sociocultural. E sendo a maior biodiversidade da Terra, com seus 16 milhões de hectares de floresta tropical, metade dos seus habitantes mora nas florestas. Dentre eles estão índios e donos de reservas indígenas das mais diferentes etnias.
 
Não é só a biodiversidade que se destaca no Estado, mas sua história forte e singular também. O Acre passou por muitos processos de lutas pela sua terra, que foi tomada por colonizadores durante o tempo que a borracha foi descoberta na região, mas seus habitantes e os seringueiros (aqueles que extraem o látex das seringueiras para a produção de borracha), entraram em confronto com os colonizadores para ocuparem a região. Mesmo que tenham passado os tempos dourados da borracha e as épocas de lutas, a história ainda está presente nas paisagens acrianas, como em Xapuri, cidade histórica, considerada o Berço da Revolução Acriana e símbolo do Movimento Ambientalista Mundial, e que também foi sede de eventos importantes relacionados à luta de Chico Mendes, seringueiro e líder sindical.
 
O visitante então, ávido pelo turismo, EXPERIMENTA esse conjunto, chamado lugar, cidade, município, floresta, aldeia, seringal. Com isso, colabora para o desenvolvimento econômico da cidade. Mas os governantes não sabem disso. Não leem sobre o turismo, ou não viajam, ou não querem, ou alguma coisa.
 
É fato que, o turista, brasileiro ou estrangeiro, ajuda na economia local. Desde o vendedor de farinha, acabaxi, picolé ou bombom, passando pelo dono de restaurante, hotel, locadora de veículo ou de barco, até guias turísticos, todos ganham com a visita do turista, em real, euro ou dólar.
 
É por essa decadência do turismo, na Amazônia e no Acre, que o Acreano (ou cri, cro ou cru, como preferir), opta em gastar seu dinheiro nas praias de Fortaleza, do que visitar Xapuri, Feijó, Tarauacá ou Cruzeiro do Sul.
 
Nos municípios do Acre, ainda são apenas "praias verdes", com cantos de grilos. O turista quer mais que isso para gastar seu tempo e dinheiro, a começar por uma placa, dizendo: SEJA BEM VINDO à nossa cidade. 
 
O potencial turístico existente na Amazônia, e nos municípios do Acre, não explorado pelos governantes como política pública de redução do desemprego, é como os grilos da floresta, que tem asas, mas não conseguem voar. Temos 22 grilos que saltam, mas não conseguem voar. 
 
Conclui-se, portanto, que no Acre, nenhum município explora ou incentiva o turismo, como política pública de desenvolvimento econômico da região, o que poderia contribuir para gerar emprego, renda e dignidade.
 
Nossas estradas e rotatórias são muito mais um aviso, do tipo: NÃO SEJA BEM VINDO.
 
Da Redação http://tarauaca.net.br
03/01/2018, às 19:30 hs.
Da Amazônia para o Mundo! 

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