sábado, 28 de julho de 2018

PF apreende R$ 373 mil em dinheiro na casa de auditora da Receita Federal

A Polícia Federal apreendeu nesta quinta-feira, em Recife (PE), R$ 373 mil em dinheiro, na casa da ex-conselheira do Carf e auditora da Receita Federal Mércia Trajano. Ela é apontada como cúmplice no esquema que beneficiou a siderúrgica Paranapanema, que conseguiu se livrar de multa de R$ 650 milhões, em processo na Receita. A apreensão foi realizada na 10ª etapa da Zelotes, que incluiu mandados de busca e apreensão em endereços do economista Roberto Gianetti, que deixou o cargo de coordenador da campanha de João Doria (PSDB) ao governo de São Paulo, e de Daniel Godinho, ex-secretário de Comércio Exterior no governo Dilma.
Reprodução/Google

Mércia votou a favor da Paranapanema no processo da empresa. Ela chegou a trocar mensagens com os investigados Meigan Sack e Vladimir Spíndola, sobre o processo em que atuaria no Carf. Meigan e Spíndola receberam cerca de R$ 2,2 milhões da empresa de Giannetti e são suspeitos de terem pago propina aos conselheiros que atuaram no caso, entre eles Mércia Trajano. Segundo as investigações, Meigan e Spíndola contavam com o voto de Mércia para a Paranapanema, e comemoraram a ascensão dela à presidência da turma que julgou o caso, em 2013.

Entenda

A Operação Zelotes, investigação sobre irregularidades cometidas junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), abriu na última quinta-feira, 26, sua 10ª fase.

O economista e consultor de empresas Roberto Gianetti da Fonseca e o ex-secretário de comércio exterior Daniel Godinho (Governo Dilma) foram alvos de buscas. A suspeita é que eles tenham recebido R$ 2,2 milhões da siderúrgica Paranapanema, como consultoria, para favorecer a empresa em um processo no Carf.

A ex-conselheira do Carf, Judith do Amaral Marcondes Armando, também está entre os investigados.

Segundo o Ministério Público Federal, os prejuízos calculados ultrapassam, em valores atualizados, R$ 650 milhões.

A Operação Zelotes, cuja 1ª fase foi deflagrada em 2015, tem revelado as mais variadas práticas de ilícitos envolvendo julgamentos de processos no Carf. Até o momento, as apurações totalizam vinte ações penais, dezoito processos administrativos disciplinares, quatro processos de responsabilização de pessoas jurídicas e sete arguições de nulidade de decisão já admitidas e em tramitação junto ao Conselho.

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