quinta-feira, 19 de julho de 2018

Presidente em exercício da Federação das Indústrias do Acre, Adelaide de Fátima, expressa cautela com Bolsonaro

Não temos receio algum de um governo Bolsonaro, afirma presidente da CNI.
Aplausos em evento para empresários evidencia entusiasmo com presidenciável do PSL, diz Andrade; Alckmin também é elogiado.

Presidente em exercício da Federação das Indústrias do Acre, Adelaide de Fátima expressou cautela com o entusiasmo que Bolsonaro desperta no meio empresarial.

Opresidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade, afirmou que empresários não temem eventual vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na eleição presidencial.
“Queremos um presidente que faça o Brasil se desenvolver e não temos receio, de forma alguma, de um governo de Jair Bolsonaro, de direita, ou de quem quer que seja”, disse.

“O que a gente vê, não só no empresariado, é que as pessoas querem um presidente em 2019 que tenha firmeza e autoridade, mas também responsabilidade”, complementou.

A simpatia do setor da indústria à pré-candidatura do capitão reformado ficou evidente em evento da CNI há 15 dias com seguidas salvas de palmas. “Foi o mais aplaudido? Foi, foi o mais aplaudido“, afirmou Andrade.

No evento, seis pré-candidatos falaram a 2.000 membros de federações industriais de todo país. O ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) também arrancou aplausos e o cearense Ciro Gomes (PDT), vaias.

Segundo dirigentes ouvidos pela reportagem, a reação da plateia reflete os ânimos dos empresários com a eleição de outubro: Bolsonaro desperta mais entusiasmo e Alckmin tem apoio expressivo.
Nenhum presidenciável, porém, apresentou propostas concretas, afirmam os empresários, apenas sinalizações.

Bolsonaro “diz aquilo que nós ansiamos ouvir todos os dias”, afirmou Carlos Trombini, presidente do Sindicato da Indústria da Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar de SP, que não declara apoio a nenhum nome.

“Ele tem aquela maneira de comunicar mais despojada, vamos dizer assim, mais contundente. Ao comentar ações que tomaria em defesa da indústria, trouxe alento. Estamos sofrendo bastante.”

Para Flávio Roscoe Nogueira, presidente da Federação das Indústrias de Minas, a aprovação a Bolsonaro “é uma reação natural”. “Percebo que ele não tem medo de enfrentar as questões, fala abertamente a favor da reforma trabalhista, enquanto os outros não são tão agressivos. E todo mundo está careca de saber que ela foi tímida”, disse. 

Depois de declarações como a de Ciro, segundo quem a flexibilização foi uma selvageria, o mineiro contra-atacou. “Tem candidato que até defende que acabe a reforma trabalhista. Você fica perplexo.” 

Nogueira atribuiu ao “desânimo generalizado” do empresariado o entusiasmo com declarações pela melhora no ambiente de negócios. “Bolsonaro escolheu uma boa equipe econômica, isso tem que ser dito, talvez seja a melhor”, afirmou, referindo ao grupo capitaneado pelo economista Paulo Guedes. 

Alckmin, por sua vez, tem como coordenador do programa de governo na economia Persio Arida, um dos idealizadores do Plano Real.

“Gosto do perfil do Alckmin, mais flexível”, elogiou o dirigente mineiro. “Ele tem uma percepção sobre o processo, não vai fazer nada sozinho.”

Ao mesmo tempo, Nogueira minimizou críticas feitas ao alegado despreparo do deputado do PSL, que com frequência diz ser ignorante em determinados temas.

“Nenhum dos nossos pretéritos presidentes entendeu de economia, não precisa disso para ocupar o cargo. Aquele que acha que sabe tudo, para mim, é o maior risco.”

Presidente em exercício da Federação das Indústrias do Acre, Adelaide de Fátima expressou cautela com o entusiasmo que Bolsonaro desperta no meio empresarial. 

“Ele disse, e foi aplaudido, que ninguém é obrigado a saber de tudo. É verdade. Mas me preocupa, sim. Busco pessoas que têm conhecimento das instituições que estão aí.” Thais Bilenky. Folha SP.

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