segunda-feira, 17 de setembro de 2018

93 países têm gasolina mais cara, mas preço pesa para o brasileiro

Mesmo após os últimos reajustes da Petrobras, a gasolina no Brasil está longe de ser uma das mais caras do mundo. O Brasil está na 94ª posição no ranking que compara os preços em 165 países, elaborado semanalmente pela consultoria GlobalPetrolPrices. No entanto, por causa do nível salarial, o preço pesa mais para o brasileiro.
Sergio Moraes/Reuters

No topo da lista, estão Hong Kong, Islândia e Noruega, onde o litro do combustível custa mais de R$ 8. A gasolina mais barata do mundo está na Venezuela (R$ 0,03 por litro), seguida pelo Irã (R$ 1,18).

Porém, quando analisado o poder de compra dos cidadãos desses países, encher o tanque com 40 litros de gasolina pesa mais no bolso dos brasileiros, consumindo 8,1% do salário médio no país. Para os noruegueses, um tanque cheio representa apenas 1,6% do salário. Confira os valores abaixo.
Gasolina em Hong Kong custa quase R$ 9 por litro

Hong Kong possui a gasolina mais cara do mundo. Um litro sai hoje por R$ 8,97, em média, segundo a GlobalPetrolPrices. Na sequência, estão Islândia (R$ 8,53 por litro), Noruega (R$ 8,41) e Holanda (R$ 8,13).

O Brasil aparece em 94º lugar na lista, com preço médio de R$ 4,45 por litro, logo abaixo de Uganda (92º, a R$ 4,50 por litro) e Guiana (93º, a R$ 4,49).

Já o México (95º, a R$ 4,41), Paraguai (96º, a R$ 4,40) e Austrália (97º, a R$ 4,38) possuem gasolina ligeiramente mais barata que a brasileira.
Encher tanque na Noruega custa 1,6% do salário; no Brasil, 8,1%

Abastecer o tanque de um carro com 40 litros de gasolina custa R$ 359 em Hong Kong, pouco mais do que o dobro de um tanque no Brasil (R$ 178). Na Noruega, a situação é semelhante. Um tanque não sai por menos de R$ 336.

A elevada carga de impostos e o alto custo de vida explicam por que a gasolina é tão cara em Hong Kong e na Noruega. Porém, os bons salários pagos por lá ajudam a aliviar esse quadro.

Encher um tanque com 40 litros de gasolina custa apenas 1,6% do salário médio de um norueguês, de R$ 20.533. Em Hong Kong, um tanque equivale a 4,3% da renda mensal média local (R$ 8.311).

No Brasil, onde o salário médio é de R$ 2.205, cada abastecimento de um automóvel consome 8,1% da renda mensal.

“Essa é a lógica da paridade do poder de compra. Embora as coisas sejam mais caras na Noruega, o salário médio lá é bem maior do que no Brasil”, afirmou o professor Joelson Sampaio, coordenador do curso de Economia da FGV/Eesp.

A situação de renda dos brasileiros é parecida com a dos mexicanos e dos peruanos. No México, a gasolina custa R$ 4,41 por litro, e um tanque cheio representa 7,7% da renda. No Peru, o combustível vale R$ 4,54 por litro, e um tanque de 40 litros custa o equivalente a 7,9% da renda.

A comparação da paridade de poder de compra entre os países foi feita utilizando dados do IBGE e do site Trading Economics.
Preço no Brasil está abaixo da média mundial

O preço da gasolina no Brasil, de R$ 4,45 por litro, está cerca de 10% abaixo da média mundial, de R$ 4,80 por litro, segundo a GlobalPetrolPrices. A consultoria compila semanalmente os dados fornecidos pelos governos de mais de 160 países para atualizar seu banco de dados.

Quando comparado com países vizinhos, os postos brasileiros levam vantagem em relação ao Peru (R$ 4,54) e ao Chile (R$ 5,17), mas perdem para Bolívia (R$ 2,24), Argentina (R$ 3,91) e Paraguai (R$ 4,40).


A gasolina mais barata do mundo está na Venezuela, ao preço de R$ 0,03 por litro, devido à pesada política de subsídios do governo de Nicolás Maduro.

Porém, em agosto, o governo venezuelano decidiu restringir o acesso ao combustível barato apenas para os portadores do “cartão da pátria” para combater o contrabando de gasolina na região de fronteira.
Gasolina subiu mais nas refinarias do que para o consumidor

O preço da gasolina nas refinarias brasileiras atingiu novo pico no dia 13 deste mês, quando a Petrobras reajustou novamente o combustível para R$ 2,23 por litro.

Em um ano, o combustível acumula alta de 46% nas refinarias. Entretanto, para o consumidor o reajuste foi menor, de 18% no mesmo período, por causa da base de cálculo diferente.


O pico de preço para o consumidor foi registrado logo após a greve dos caminhoneiros, no início de maio, quando o litro alcançou R$ 4,61, em média, no país. Desde então, os preços recuaram 3,5%.

Mesmo assim, a Petrobras anunciou no dia 6 deste mês mudanças em sua política de preços para o combustível.

A companhia continuará acompanhando as cotações internacionais e as variações do dólar, mas os repasses acontecerão em períodos maiores, de até 15 dias, quando a empresa entender que o mercado está sendo pressionado por razões externas, como desastres naturais ou choques cambiais.
Quais são os países com a gasolina mais cara e mais barata

Confira o ranking da consultoria GlobalPetrolprices com os países onde a gasolina é mais cara, mais barata e a posição do Brasil dentro do ranking. Os valores abaixo estão em reais e consideram o levantamento divulgado pela consultoria em 3 de setembro (os dados mudam semanalmente).

País – Preço por litro em R$
1) Hong Kong – 8,97
2) Islândia – 8,53
3) Noruega – 8,41
4) Holanda – 8,13
5) Barbados – 8,10
[…]
91) Peru – 4,54
92) Uganda – 4,50
93) Guiana – 4,49
94) Brasil – 4,45
95) México – 4,41
96) Paraguai – 4,40
[…]
160) Equador – 1,62
161) Argélia – 1,47
162) Kuwait – 1,44
163) Sudão – 1,42
164) Irã – 1,18
165) Venezuela – 0,03
UOL.

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