sexta-feira, 19 de abril de 2019

Apaixonado por livros, menino de 11 anos incentiva irmã mais nova a gostar de ler no Acre: ‘hábito’

Mãe das crianças, a professora Neiva Souza, diz que sempre incentivou os filhos a lerem. Neuropsicóloga fala que leitura ajuda nas relações pessoais, sociais e profissionais na vida adulta.

Os irmãos Allesson e Lavinne dividindo momentos de leitura — Foto: Arquivo pessoal

Incentivar as crianças a criarem o hábito de ler livros em um tempo em que a era digital chegou ao auge não parece fácil. Na data em que se comemora o Dia Nacional do Livro Infantil, 18 de abril, a professora Neiva Souza, de 35 anos, que é mãe dos pequenos, Allesson Souza, de 11 anos, e Lavinne Souza, de 5, conta que para ela essa não foi uma tarefa difícil.

A professora conta que sempre incentivou Alleson a ler, mas confessa que ele despertou o gosto pela leitura desde pequeno sem que ela precisasse reforçar o hábito. Ela lembra que lia histórias para ele, que foi crescendo, aprendeu a ler, e, desde então, mantém essa boa relação com a leitura.

"Como sou professora e sempre gostei muito de ler livros desde criança, comprei livros para ele, sempre estava incentivando, mostrando. Ele foi crescendo e já começou a pedir: ‘quero aquele livro, aquela coleção’ e a gente sempre comprava", relembra.

Neiva fala que, com o passar do tempo, nasceu Lavinne e o irmão mais velho fez questão de apresentar os livros à pequena. "Também compramos livros para ela, mas o Allesson fazia questão de ler e incentivar a irmã mais nova", lembra.

O menino diz que desde os cinco anos, quando aprendeu a ler, se encantou pelas palavras e histórias e fez questão de ensinar a irmã e fazer com que ela logo também se apaixonasse pela literatura.

"Incentivar a Lavinne a ler é bom, porque ela tem tantos, tantos livros, e sei que isso abre a imaginação dela quando vai tentando ler. Então, apenas pego um livro, leio para ela e depois ela vai criando sua própria história. Eu gosto, é muito divertido", conta Allesson.
Desde cedo os irmãos compartilham os momentos de leitura — Foto: Arquivo pessoal

Liberdade de escolha

Neiva conta que nos aniversários e datas comemorativas os presentes são balanceados, mas sempre vem o pedido de um livro novo no pacote para que exista a curiosidade por uma nova história.

"Ele tem liberdade para escolher. Com a internet, ele também começou a querer outras coisas, a internet leva a outros tipos de leitura, outros conhecimentos, mas ele nunca deixou os livros de lado", afirma.

Orgulho
Ao contar as experiências dentro de casa, Neiva diz que as pessoas acabam se surpreendendo.

"Quando chego em um local e digo que meu filho leu um livro de mais de 200 páginas em dois dias as pessoas ficam admiradas, porque não é habitual hoje em dia as crianças gostarem. A internet e a televisão acabam tomando um tempo maior das crianças", fala.

Com a filha mais nova, Lavinne, a história se repete. "Ela também gosta, então, a gente está sempre comprando livros para ela, e, às vezes, pedimos para que o Allesson leia para ela, porque é muito importante, mas tudo sem que eles percam a liberdade de escolha", conta.
Allesson é incentivado a ler desde quando era bebê — Foto: Arquivo pessoal

Ler é fundamental
A neuropsicóloga Jorgenilce Alves diz que a linguagem é uma habilidade de entrada para o conhecimento e todo esse processo de incentivo para as crianças é fundamental para o desenvolvimento.

"Tudo que a gente conhece do mundo, da nossa cultura, vem da linguagem. Quando se lê para uma criança, está aumentando o vocabulário e apresentando maneiras diferentes dela se relacionar com o mundo", explica.

Além disso, a profissional explica que a pessoa aprende a lidar com a ansiedade e com as emoções. A especialista diz ainda que a leitura ensina que as histórias têm começo, meio e fim, além de melhorar a capacidade de compreensão de texto, dicção, raciocínio e memória.

"De modo geral, para quem lê, tanto do ponto de vista das relações pessoais, habilidades sociais ou do ponto de vista profissional, sem dúvida nenhuma, a leitura alavanca uma habilidade super desenvolvida que vai ajudar e contribuir para o sucesso", conclui Jorgenilce.
Um novo livro, sempre uma nova aventura para Allesson — Foto: Arquivo pessoal
Por Alcinete Gadelha, G1 AC — Rio Branco

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