quarta-feira, 8 de maio de 2019

Coronel Mário César: “Política e segurança é uma mistura explosiva”


O ex-Comandante da Polícia Militar do Acre, Coronel Mário César, não tem dúvida de que foi demitido do cargo por não ter aceitado interferência política na instituição. “Como Comandante da PM não poderia aceitar ingerências políticas e outras ingerências externas”, diz. “Quando se mistura a política e a segurança a coisa se complica”, pontua. Na conversa que tivemos, o Coronel se mostrou surpreso e indignado. Surpreso pela deselegância de somente vir saber da sua demissão pela mídia, antes que fosse comunicado. E indignado por achar que não merecia este tratamento, já que estava na reserva, em sua casa, quando foi procurado pelo vice-governador Major Rocha para aceitar a missão de comandar a PM. “Acho que fiz um bom trabalho, chegava ao meu gabinete às 7 horas e sempre saia às 19 horas, a tropa foi respeitada e diminuímos os índices da criminalidade, mas saio de cabeça erguida”, enfatizou. O Coronel Mário César (foto) viu na sua queda o dedo da Associação dos Militares, que integra o grupo do vice-governador Major Rocha. “A AME com a PM sob o meu comando perdeu a legitimidade na tropa, cortei privilégios, fiz uma escala de serviço humana, e isso desagradou este grupo, que se encontra em campanha para a eleição da nova diretoria. Por isso, tentaram me jogar contra a tropa. Uma pena que se queira fazer política na Polícia Militar”, assinalou. O episódio dá um breque em toda a estratégia montada no combate ao crime organizado, até que; o novo Comandante, Coronel Ezequiel Bino, trace o seu plano contra à violência. Bino é indicação do vice-governador Major Rocha. Vamos ver se de fato a mudança foi benéfica.

Nenhum comentário: