segunda-feira, 15 de julho de 2019

Desmatamento no Acre tem aumento de 300% em um ano, aponta Imazon

Dado compõe o Boletim do Desmatamento da Amazônia Legal. Levantamento mostra que estados da Amazônia Legal desmataram 801 km² em um ano

Um levantamento do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) revelou que o desmatamento no Acre aumentou 300% entre junho de 2018 e junho deste ano.

O dado compõe o Boletim do Desmatamento da Amazônia Legal divulgado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Os estados da Amazônia Legal que aparecem no estudo são: Acre, Amazônia, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Amapá.

Conforme o estudo, em junho do ano passado o Acre desmatou 10 km² e esse número subiu para 40 km² no período de um ano. O levantamento traz ainda os dados de florestas degradadas na Amazônia Legal, que teve um aumento de 23% no total de áreas degradadas em um ano.

O SAD mostra que foram detectados 801 km² de desmatamento em junho de 2019 na Amazônia Legal. Porém, o número representa uma redução de 31% nos dados levantados no mesmo período de 2018, que foi 1.169 km².

Projeto

O Instituto de Meio Ambiente (Imac) se prepara para implantar de forma efetiva o Programa de Regularização Ambiental (PRA) no estado. A medida é uma mudança na resposta do Estado a produtores que degradem áreas de Preservação Permanente (APP), de Reserva Legal (RL) e de uso restrito (UR).

O lançamento oficial do programa deve ser feito durante a Expoacre, que ocorre de 27 julho a 4 de agosto.

O programa deve incentivar os produtores a entrarem no agronegócio e aderirem, inclusive, ao sistema agroflorestal, que é considerado sustentável com plantio de alimentos e que o produtor ainda recupera a floresta.

“Quem faz o desmate maior são os agricultores de subsistência. Então, a partir de agora, ele é multado, é obrigado a aderir ao PRA. Ele vai fazer a reposição florestal da área e aí vamos apresentar um cardápio por regional que ele vai poder utilizar o café, hortaliça, frutífera e ele quem vai decidir como que vai ser, mas ele vai ser obrigado a reflorestar”, explicou.

Percentual

Sobre o total desmatado nos estados, o Amazonas teve o maior percentual registrado, com 30%. Apesar disso, o estado apresentou redução na quantidade de quilômetros quadrados desmatados, que foi 245 km² em junho deste ano e 366 km² no mesmo período ano passado.

Logo atrás do Amazonas vem o Pará (26%), Rondônia (19%) e Mato Grosso (17%).

Já o Acre representa o percentual de 5% sob os 801 km² desmatados no período avaliado. É o quarto estado com menor percentual, ficando atrás do Tocantins, Amapá e Roraima, todos com 1%.

Aumento

Em relação ao total de área desmatada, o estado acreano foi o único estado da Amazônia Legal que apresentou aumento na quantidade de quilômetros desmatados.

Os outros sete estados, Amazônia, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, tiveram redução ou não houve mudança nos números.

Amazonas, por exemplo, desmatou 366 km² ano passado, mas o número baixou para 245 km² este ano, o que representa uma redução de mais de 33%. Mato Grosso tinha 190 km² em 2018 e baixou o total de área desmatada para 140 km², redução de mais de 26%.

O estado do Pará conseguiu reduzir em mais de 38% o total de área desmatada em um ano. Em 2018, o estado tinha 341 km² e conseguiu baixar para 212 km².

Roraima e Amapá não apresentaram mudança nos números, continuaram com 11 km² e 1 km², respectivamente, durante o levantamento.

G1/AC

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