segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Moisés Diniz: ‘Pioraram com o poder na mão, tiraram direitos e roubaram até a bolsa da viúva’


"De minha parte, eu consegui, pelo menos, trocar a camisa, fazer respirar o meu coração"MOISÉS DINIZ*


NEM UNS
NEM OUTROS
ME REPRESENTAM

Fico lendo as últimas notícias da política. Eles não aprenderem nada. Uns pioraram com o poder na mão, ficaram mais doentes, maltratando o povo, tirando direitos, roubando até a bolsa da viúva, matando a esperança dos pobres.

Outros, nem a dor os curou, não aprenderam nada com a privação, não entenderam que essa era a grande hora do pedido de desculpas, de liderar o que mais o Brasil precisa: a pacificação. Preferiram o ataque, aprofundando a divisão, ganhando aplausos dos seus e não entendendo nada do que Mandela ensinou: o perdão é o combustível do renascimento de uma nação dividida.

Continuam perdendo o jogo, alguns podem até ganhar uma eleição, mas, o coração do povo não lhes pertence mais. Nem uns nem outros me representam, porque nem os que estão no poder e nem os que saíram do hospital conseguiram se curar.

Nos tornamos uma nação dividida entre agressões e aplausos. Não passamos de torcedores desempregados, enquanto eles seguem com os seus privilégios e suas desculpas.

Não entendemos ainda que nem uns nem outros nos servem mais, porque perderam a principal qualidade: a reverência de quem vive com o suor do próprio rosto.

Lamentavelmente, não há espaço para o diálogo, a construção de consensos, a pacificação. Esse é o tempo dos radicais, passageiro, mas, é o tempo deles, enquanto os anões forem os protagonistas.

De minha parte, eu consegui, pelo menos, trocar a camisa, fazer respirar em outra frequência o meu coração.

*Diniz é professor e ex-deputado federal.

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