quinta-feira, 12 de março de 2020

SAIRO: O MAIOR JOGADOR DE TODOS OS TEMPOS EM TARAUACÁ (DICÉLIO MARTINS)


O desportista Dicélio Martins, usou uma rede social para lembrar a todos que o atleta do futebol Sairo, é o maior jogador de todos os os tempos de nossa amada Tarauacá. "Sairo pra mim é o nosso eterno Pelé de Tarauacá. Um cara simples que conquistou seus objetivos. Tenho orgulho de ser seu amigo. Tenho muito respeito, admiração e Carinho por ele", disse.

SAIRO: o tarauacaense campeão brasileiro que a bola levou para Israel


A intimidade com a redondinha não deixava dúvidas. O menino Sairo Vieira dos Santos haveria de deixar os campinhos de terra batida de Tarauacá (a 410 quilômetros de Rio Branco) para empolgar nos campos de futebol do mundo, em muito breve.

O filho do seu Jacer (in memorian), definitivamente, brilharia numa sequência profissional que começou aos 15 anos, em 1989 – quando já era titular da seleção adulta de futebol da sua cidade –, até os gramados de Tel Aviv e Jerusalém, no Israel. 

Neste meio tempo, porém, o garoto foi crescendo em gramados nacionais de uma forma fenomenal. A perícia de Sairo com a pelota era tanta que ele brilhava tanto no futebol de campo quanto no de Futebol de Salão. Por isso, a primeira oportunidade de sair do interior do Acre aconteceu por meio da bola mais pesada, a de Futsal. 

Em 1992, a convite do comerciante Domingos Amaral, dono de um time de futsal chamado Piauí, o craque disputou o Campeonato Brasileiro da modalidade. E o que era de se esperar disso tudo? Bem, ele simplesmente encheu de brilho os olhos da galera.

Um ano depois, em 1993, surgiu o interesse do Rio Branco em contar com o futebol impecável de Sairo. Ele veio para a capital, a convite do diretor do Estrelão, José Macedo, para submeter-se a um período de testes. Acabou não agradando ao treinador José Aparecido Pereira dos Santos, o professor Nino. Retornou para Tarauacá e ingressou nos quadros da Polícia Militar.

O que aparentemente seria o fim de uma carreira promissora, na verdade, era apenas mais um passo rumo ao sucesso enquanto futebolista. A PM foi decisiva neste processo graças a um fã incondicional do futebol: o major Gualter Craveiro. O oficial levou o artilheiro-soldado de volta a Rio Branco, dessa vez, para atuar no Atlético Clube Juventus. E fez-se a luz nos gramados acreanos. 

O casamento bola-Sairo não poderia ser mais perfeito. O atacante jogou pelo Clube da Águia em 1995 e 1996, sagrando-se bicampeão estadual e por duas vezes artilheiro.

Aventura pelos campos do mundo

No segundo semestre de 1996, o agora reconhecido artilheiro Sairo foi emprestado ao Rio Branco pelo Juventus, para jogar a série C do Campeonato Brasileiro. Mas havia uma cláusula no acordo entre os dois clubes para a rescisão imediata do contrato do jogador, caso aparecesse alguma equipe de fora do Estado interessada em contar com o jogador. Ele acabou fazendo apenas um jogo pelo Rio Branco. A partida aconteceu em Rondônia, contra o Ji-Paraná. Vitória do Estrelão por 1 a 0, gol do volante Ico. 



Em seguida, por intermediação do ex-jogador juventino Pingo Zaire, que era amigo de um empresário chamado Mundinho, Sairo foi contratado pelo União São João de Araras (SP) para jogar a Série B.

Pelo time paulista, Sairo foi campeão brasileiro, marcando o gol do título, no empate por um a um contra o Náutico (PE). 

No primeiro semestre do ano seguinte, depois de disputar o campeonato estadual pelo União São João, a saga do jogador ganhou status de aventura internacional e ele foi parar no Israel, onde assumiria o comando do ataque do Maccabi Herzlya.

“Foi uma experiência diferente. O hebraico é uma língua muito difícil e passei um pouco de sufoco no dia a dia”, conta Sairo. 

Ele ficou uma temporada no time israelense, transferindo-se no segundo semestre de 1998 para o Futebol Clube do Maia, da segunda divisão de Portugal. 

Mas permaneceu em terras lusitanas somente até o fim do ano, tendo que voltar às pressas ao Acre para resolver a sua situação funcional na PM (ele estava licenciado e não havia mais como prorrogar a situação).

Várias camisas até o fim da carreira

Resolvida a pendência com a PM, Sairo migrou para Campinas, integrando-se ao grupo de atletas cujas carreiras eram agenciadas pelo ex-jogador Careca. Aí sobrevieram duas frustrações, materializadas pela não concretização de negócios com o São Paulo e com o japonês Kashima Antlers. Em ambas as ocasiões, Careca pediu muito alto pelo seu passe.

Atlético Clube Juventus foi campeão acreano de 1996. 

Depois de treinar por um mês em Campinas, não aguentando mais ficar parado, pediu para jogar em qualquer lugar. E aí foi parar no São Luís, de Ijuí.

No segundo semestre de 1999, nova mudança. Dessa vez para o Bragantino (SP), onde disputou o campeonato brasileiro da série C. Retornou em 2000 para o Maccabi, onde sofreu grave contusão no joelho.

Para continuar jogando, Sairo teve que fazer uma cirurgia no joelho. A recuperação levou quase um ano. Só no final de 2001 é que ele pode voltar a campo. Mas já rondava a sua cabeça a ideia de parar com a bola. Mesmo assim, ainda teve tempo de vestir quatro camisas: São José (RS - 2001), Tubarão (SC - 2002), Ulbra (RS - 2002) e Juventus (AC - 2003).

Em 2004 Sairo voltou definitivamente para casa, onde tratou de constituir a própria família (ele é casado com D. Lidiane e pai das meninas Laíza, Luna e Cecília) e, algum tempo depois, tornou-se funcionário público do IAPEN. Mas ainda teve tempo para disputar o campeonato de 2007 pelo Náuas, marcando nove gols. (Textoescrito por Francisco Dandão) 

União São João Campeão Brasileiro Série B 1996

Em 1996, a Série B era quase um inferno, a estrutura era precária e as condições financeiras pequenas. Cinco clubes desistiram do torneio por estarem sem dinheiro. O Barra do Garças pediu arrego ainda em 1995, e com isso o time caiu no lugar da Ponte Preta. Na virada do ano, Bangu, Ferroviária, Novorizontino e América-SP também pularam fora, e nos lugares entraram Gama, ABC, Atlético-GO e Joinville, os melhores times da Série C depois de XV de Piracicaba e Volta Redonda, que subiram por direito. Para completar, o América-MG terminava de cumprir uma suspensão de duas temporadas fora de competições e retornou ao seu lugar. Com isso, 25 equipes estariam pleiteando as duas vagas de acesso. Entre elas, o União São João, que vinha do rebaixamento da Série A e estava louco para voltar à elite.

Na primeira fase, foram cinco grupos, e o União ficou no grupo 3. Depois de oito jogos, o time venceu quatro, empatou um e perdeu três, fazendo 13 pontos. Se classificou na vice-liderança, um ponto a menos que o XV de Piracicaba. Passaram de fase os três primeiros de cada grupo e o melhor quarto colocado. Esses 16 clubes fizeram um breve mata-mata, e a Ararinha enfrentou o Volta Redonda, empatando em 1 a 1 no Raulino de Oliveira e vencendo por 3 a 0 no Hermínio Ometto. Nas quartas de final, um confronto complicado com o Mogi Mirim. Derrota do União em Araras por 1 a 0 e vitória devolvida pelo mesmo placar em Mogi. Nos pênaltis, vitória uniense por 3 a 1 e classificação para o quadrangular final.

O União São João chegou na última fase contra América-RN, Náutico e Londrina. O início foi com vitória nos Aflitos por 2 a 1 sobre o Náutico. Depois, 3 a 1 sobre o América-RN em Araras. Na terceira rodada, 1 a 1 com o Londrina no Estádio do Café. Na partida seguinte, uma histórica virada de 3 a 2 sobre os paranaenses no Herminião. Na quinta rodada, a derrota por 2 a 1 para o América em Natal adiou o acesso e embolou a tabela. Três times chegaram com chances na última rodada. O União recebeu em casa o Náutico e não podia perder. Empatou em 1 a 1, resultado que somado a derrota do América-RN em Londrina deu o título ao Verdão. Foram 11 pontos contra nove dos potiguares e oito dos pernambucanos. A Série B de 1996 é até hoje a maior glória obtida pelo União São João, que atualmente está licenciado, tentando recursos para voltar as competições profissionais.

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