sábado, 11 de julho de 2020

Empresários amigos de Bolsonaro lucram com propaganda de cloroquina

Segundo o Sindusfarma, consumo de cloroquina cresceu 358% no Brasil desde o início da pandemia. Laboratórios que produzem o medicamento no país pertencem a amigos de Jair Bolsonaro, que se tornou uma espécie de garoto propaganda da substância
11 de julho de 2020, 07:45 h Atualizado em 11 de julho de 2020, 08:23

(Foto: YouTube/Reprodução)

247 - A propaganda feita por Jair Bolsonaro em defesa do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 alavancou os negócios das cinco empresas autorizadas a produzir o medicamento no Brasil. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, dados o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) apontam que o consumo de cloroquina cresceu 358% desde o início da pandemia. A droga, porém, não tem eficácia comprovada contra o coronavírus. 

Ainda conforme a reportagem, o laboratório Aspen, pertencente ao empresário Renato Spallicci, triplicou a produção do medicamento Reuquinol, que tem a cloroquina como base à base da substância. No dia 26 de março, uma caixa do remédio produzido pelo laboratório foi mostrada por Bolsonaro durante um encontro virtual de líderes do G-20. 

Nesta semana, após afirmar ter sido diagnosticado com Covid-19, Bolsonaro voltou a exibir uma caixa de hidroxicloroquina, produzida pela SEM, que integra o grupo empresarial de Carlos Sanchez, que também é dono do laboratório Germed e que também possui autorização da Anvisa para produzir o medicamento. 

“Por volta das 17h (de terça-feira) tomei um comprimido de cloroquina. Recomendo que você faça a mesma coisa. Sempre orientado pelo médico. É um testemunho meu: tomei e deu certo, estou muito bem”, disse Bolsonaro durante sua live semanal, visualizada por cerca de 1,6 milhão de pessoas. “No meu caso deu certo. Não estou ganhando nada com isso. Não tenho nenhum negócio com essa empresa”, completou. 

Sanchez é apontado pela Forbes como o 16.º homem mais rico do Brasil, com um patrimônio estimado em cerca de U$ 2,5 bilhões, e já teve ao menos duas reuniões com Bolsonaro desde o começo da pandemia.

O laboratório Cristália, do empresário Ogari de Castro e segundo-suplente do líder do governo no Senado, Eduardo Gomes (MDB-TO) também foi beneficiado pela propaganda feita pro Bolsonaro, assim como a empresa francesa Sanofi-Aventis, que tem entre seus sócios o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
fonte: brasil247.com

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