O animal vive em um lago no bairro onde o professor mora. Jacaré-tinga é figura conhecida no bairro e bióloga diz que animal reconhece Aldecino.
Por Tácita Muniz, G1 AC — Rio Branco
05/01/2021 14h20 Atualizado há 19 horas
Professor pesca ao lado de Tião, o jacaré, e Mora, a cachorrinha de estimação — Foto: Jaidesson Peres/Arquivo pessoal
A amizade inusitada entre o professor e mestre em psicologia Aldecino José e um jacaré de 1,5 metro tem chamado atenção em Rio Branco. É que ele costuma pescar na lagoa do Conjunto Universitário, mais conhecida como Pinicão, e alimentar o bicho há pelo menos 5 anos.
Apesar de a imagem viralizar somente agora, essa aproximação é antiga e foi lenta, segundo conta o professor. Desde que foi morar na região, Aldecino costuma pescar e foi aí que conheceu o jacaré, que recebeu o nome de Tião.
“Desde que foi feito o tratamento aqui o lago está limpo e nós, moradores, colocamos peixe para pescar por lazer. Lembro que o Tião era pequeno e começou a se aproximar. No início, eu colocava o peixe no anzol e ia chamando ele e só em 2018 ele começou a subir na calçada que fica ali na margem”, conta.
Assim que o professor chega para alimentá-lo, Tião sai da água e fica ao lado dele. Então, recebe comida e até carinho. “Ele deixa eu passar a mão na cabeça dele, pegar.”
Outra curiosidade é que a Mora, a cachorrinha de estimação do professor, também completa essa amizade. Desde que “adotou” o jacaré, ele leva a cachorra com ele e conta que os dois se dão bem.
“Ele não agride a cachorra e nem ele à ela. Costumo ir até três vezes na semana, depende da minha rotina. Quando tá muito corrido e não dá tempo de pescar, eu vou lá só para alimentá-lo. Levo restos ou miúdos de frango, já que essa espécie se alimenta de aves ou peixe”.
Professor 'adota' jacaré e o alimenta há cinco anos no Acre
'Reconhece minha voz'
Tião não é o único jacaré a habitar o lago que fica no bairro da capital, mas Aldecino garante que consegue reconhecê-lo. Além disso, o animal, em época de seca, costuma ir para um igarapé próximo à região e sumir por alguns meses.
“Ele é o maior do lago, por isso reconheço e também quando eu chego e chamo pelo nome, ele reconhece minha voz, só de chegar e chamar ele vem”, conta.
Mesmo com essa amizade, o professor diz que respeita o bicho e que não indica que outras pessoas se aproximem tanto dele.
“Até eu tenho medo de encostar muito, porque tem instinto, é animal, por mais que seja mais manso comigo, ainda é perigoso. Agora passar a mão, fazer carinho, eu faço”.
Amizade entre professor e jacaré chama atenção — Foto: Reprodução
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