quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

'Perdi minha parceira, minha vida', diz marido de enfermeira de 31 anos que morreu vítima de Covid no Acre

Thainã Rodrigues Pismel, de 31 anos, morreu no hospital onde trabalhava e ajudou muitas pessoas. Ela estava na UTI desde o dia 18 de janeiro.

Por Alcinete Gadelha, G1 AC — Rio Branco - 02/02/2021 16h50 Atualizado há 18 horas

Thainã Rodrigues Pismel, de 31 anos, morreu nessa segunda-feira (1º) — Foto: Arquivo pessoal

Thainã Rodrigues Pismel, enfermeira pediátrica, de apenas 31 anos é mais mais uma vítima da Covid-19. Ela teve os muitos planos e sonhos interrompidos de forma repentina pela doença. A profissional de saúde que ajudou a salvar tantas vidas morreu nessa segunda-feira (1º) por causa da doença.

A enfermeira estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Santa Juliana, em Rio Branco, há 12 dias, onde ela trabalhava e passava boa parte do tempo. Ela sequer teve tempo de tomar a primeira dose da vacina contra o coronavírus, segundo contou o marido Estevão Maia Neto.

“Era uma pessoa alegre e amava aquele trabalho dela, era muito querida por todo mundo lá. Ela tinha orgulho do que fazia e foi lá onde passou boa parte do tempo e onde ela se despediu”, falou emocionado.

O hospital emitiu nota de pesar lamentando a morte da servidora. “É com muita tristeza que, manifestamos o mais profundo pesar pelo falecimento da colaboradora Thainã Rodrigues Pismel, ocorrido nesta segunda-feira, 01 de fevereiro, vítima da Covid-19.”

O esposo de Thainã, ainda abalado com a perda, contou que eles eram casados há seis anos e que eles ainda tinham muitos planos e entre eles estava o de serem pais.

“A gente tinha planos e pena que não deu tempo. Ela tinha muitos planos ainda, inclusive, de vislumbrar pelo menos parte do fim dessa pandemia e não deu tempo nem de chegar a vacina para ela.”

Diagnóstico

Neto contou que o diagnóstico de Covid-19 foi no dia 10 de janeiro quando Thainã foi na Unimed. Dia 14 ela deu entrada na enfermaria do Santa Juliana e quatro dias depois, no dia 18 , foi transferida para a UTI do hospital.

“Ela entrou na UTI sem intubação e depois de uns três dias foi entubada. A última tomografia falava em 60% [dos pulmões comprometidos”, contou.

Ainda conforme Neto, a enfermeira não tinha nenhuma comorbidade. Eles sempre se cuidavam principalmente por morar com a mãe dele que é idosa.

“A gente se cuidava, moramos aqui com a minha mãe que é idosa, e não tínhamos acesso a ela [mãe]. Mas, ela [Tahinã] estava bem, não tinha problema nenhum. Teve um dia que se sentiu mal, começou com uma tosse e ficou assim uns três dias até procurar o atendimento”, relembrou.

Sobre a perda, o marido diz que vai ser difícil seguir em frente e se emociona mais uma vez ao fazer o relato e relembrar de como era a vida deles.

“Tudo que eu fazia era com ela, a gente sempre juntos, perdi minha parceira, minha esposa, minha vida, perdi muita coisa. A gente pede força para tentar continuar com a vida, a gente não pode se entregar. O ciclo terreno dela acabou, mas o nosso continua e a gente tem que tentar ser forte para tentar superar”, chorou.

Nenhum comentário: