quinta-feira, 25 de março de 2021

Jornalistas de direita interlocutores do empresariado avisam: Faria Lima não quer mais Bolsonaro

Os principais jornalistas da mídia conservadora encarregados de serem os porta-vozes da elite brasileira, escreveram em consenso nesta quinta-feira: o empresariado e os banqueiros não aguentam mais Bolsonaro
25 de março de 2021, 09:34 h Atualizado em 25 de março de 2021, 09:55
12(Foto: Reprodução | Marcos Corrêa/PR)

247 - Enquanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, ameaça Bolsonaro e desde esta quarta acena com CPI e impeachment, os principais jornalistas de direita do país, vinculados aos proprietários da mídia conservadora e à elite econômica e financeira, apresentaram nesta quinta-feira (25) uma análise consensual: a Faria Lima não quer mais saber de Jair. É quase este o título do artigo de uma das mais prestigiadas analistas conservadoras atualmente, Malu Gaspar, de O Globo: "A Faria Lima desiste de Bolsonaro".

Há quase uma sincronia nas análises de alguns dos mais destacados colunistas representantes da direita e que apoiaram o golpe contra Dilma Roussef em 2015-16 e, em maior ou menor grau, a eleição de Jair Bolsonaro. São todos interlocutores habituais dos banqueiros e grandes empresários.

O mais contundente deles foi William Waack: “Do agro aos 'Faria Limers', elite econômica se divorcia do presidente”. Waack foi um dos mais importantes jornalistas da Globo, demitido depois de vazar um áudio seu de conteúdo racista. Hoje é âncora na CNN e colunista de O Estado de S.Paulo. Na abertura de seu artigo com bastidores do universo empresarial, escreveu nesta quinta: “‘Essa barca já foi’, diz empresário de peso, engajado em política, sobre o apoio de colegas ao presidente Jair Bolsonaro. Uma parte relevante da elite industrial, do setor financeiro, serviços e até varejo considera inútil esperar mudanças de conduta de Bolsonaro em relação ao combate à pandemia e à economia. Essa postura ficou escancarada com a adesão desses setores, com destaque para o financeiro, a um manifesto político batizado de ‘carta dos economistas’”.A “carta dos economistas”, documento assinado por algumas centenas de economistas liberais, empresários e banqueiros, foi o tema da colunista Malu Gaspar, contratada por O Globo exatamente para auscultar a elite econômica do país. Ela escreveu no artigo "A Faria Lima desiste de Bolsonaro" que “depois de meses de hesitação, a elite econômica brasileira resolveu confrontar de forma aberta o presidente da República. Embora entre os 200 signatários originais do documento estejam muitos críticos históricos a Bolsonaro e ao governo, integram também a lista banqueiros e figuras conhecidas no mercado financeiro por terem sido simpáticos a Bolsonaro ou dado aval tácito a suas políticas no passado”. Outra jornalista que tem, há décadas, a missão de ser intérprete do pensamento e planos das elites, Miriam Leitão, que tem atacado Jair Bolsonaro com ênfase cada vez maior, escreveu hoje sob o título “O presidente busca um álibi”: “Trezentos mil mortos são uma derrota coletiva tão avassaladora que o país não sabe mais medir, não tem palavras para qualificar. Existe apenas esse luto sobre nós, dia após dia. O que o presidente Bolsonaro fez ontem foi pouco, tarde e enganoso. Ele busca um álibi.”Finalmente, um porta-voz oficioso da família Marinho, o jornalista Merval Pereira decretou, no artigo “O piloto sumiu”: “As lideranças políticas do país, refletindo o pensamento de setores empresariais, da classe média desiludida, da maioria não negacionista emparedada pelo medo da pandemia sem ser maricas, tomaram as rédeas da situação, assumindo seu papel de representantes dos cidadãos. Assumiram o posto do piloto, que sumiu na tempestade”.
fonte: https://www.brasil247.com/

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