quarta-feira, 7 de abril de 2021

Anvisa diz a governadores que precisa de documentos para atestar qualidade da Sputnik; Gladson reclama de demora



Luciano Tavares, do Notícias da Hora 06 Abril 2021

Os governadores do Consórcio Norte/Nordeste que assinaram contrato de aquisição da Sputnik V já sabem que a autorização para importação emergencial da vacina para o Brasil deve ter um eventual desfecho após uma missão da Anvisa na Rússia e uma reunião nesta semana em Brasília entre diretores da agência reguladora e o embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Labetskiy, para discutir formas de acelerar a importação da vacina. Esse é o resultado da reunião por videoconferência nesta terça-feira (6) entre os governadores do Acre, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Maranhão, Pernambuco, Piaui, Rio Grande do Norte e Sergipe, o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, e técnicos da autarquia.

Durante a reunião ficou evidente o incômodo dos governadores com o excesso de burocracia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária em meio à pandemia.

Técnicos da Anvisa reforçaram a necessidade de mais documentos para atestar a qualidade, o perfil de eficácia quanto as variantes e o monitoramento das reações adversas da Sputnik V.

O governador Gladson Cameli refletiu em sua fala a preocupação dos demais chefes de Estado com a lentidão da Anvisa. "Temos que tomar uma posição porque o tempo está se passando, a expectativas são muitas. As pessoas já estão com problemas psicológicos. Há uma incerteza do amanhã, e eu quero
saber se nós vamos ter a condição de adquirir a vacina. Precisamos dar uma resposta imediata. Se debate muito e o tempo está passando", disse Cameli.

O presidente do consórcio Nordeste, governador do Maranhão, Flávio Dino, lembrou que os trâmites até agora seguidos para aquisição da vacina russa não estão fora do ordenamento jurídico do país.

"Não é fora do ordenamento jurídico brasileiro. O Brasil vive uma crise sanitária nunca vista na história. Não é falta de norma", avisou.

O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, tentou minimizar ao anunciar a ida de servidores do órgão à Rússia para tratar sobre o interesse do Brasil no imunizante. "Nós não estamos aqui passivamente esperando a documentação", reforçou.

O encontro entre governadores ocorre uma semana após a reguladora conceder à Inovat Farmacêutica/União Química, fabricante da vacina no Brasil, o certificado de boas práticas de fabricação, documento necessário para obtenção do registro de medicamentos biológicos e que serve como garantia de que as empresas cumprem com as boas práticas necessárias para assegurar a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos.

Acre quer 700 mil doses

Há duas semanas, o governador Gladson Cameli assinou o contrato de compra de 700 mil doses da Sputnik V. A aquisição é resultado de um acordo firmado com o Consórcio de Governadores do Norte e Nordeste. Serão 37 milhões de doses distribuídas entre os nove estados que aderiram ao grupo, das quais 10 milhões aos estados a região Norte.

A Sputnik é aplicada em duas doses em um intervalo de 21 dias entre a primeira e a segunda aplicação. A meta, portanto, é acelerar a vacinação no no Acre de 350 mil pessoas. As 700 mil vacinas custarão cerca de R$ 40 milhões ao Estado do Acre.

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