domingo, 16 de maio de 2021

Análise: Flamengo deixa tudo em aberto na final do Carioca ao repetir roteiro de domínio e vacilos

Time controla o clássico contra o Fluminense, mas falha nas finalizações e é novamente vazado em jogada aérea

Por Felipe Schmidt — Rio de Janeiro
16/05/2021 06h08 Atualizado há 3 horas


Melhores momentos: Fluminense 1 x 1 Flamengo, pela final do Campeonato Carioca

Onze finalizações, 64% de posse de bola, quase o dobro de passes trocados em relação ao adversário. Olhar os números do Flamengo no clássico do Fluminense faz supor que o time rubro-negro venceu o jogo com folga e construiu vantagem na final do Campeonato Carioca.

Em vez disso, o que se apresentou no gramado foi um roteiro que vem se repetindo na temporada. O Flamengo domina o jogo, cria mais oportunidades, se impõe ao rival, mas não vence. O 1 a 1 no jogo de ida da decisão carioca, no Maracanã, simbolizou esta questão.

- Criamos situações de um contra um, cara a cara com o goleiro. Infelizmente, como aconteceu em outros jogos, em que tivemos domínio e criamos situações, não conseguimos converter. E no fim o Fluminense consegue fazer seu gol. Ainda oferecemos uma oportunidade para o Fluminense virar. Como jogo em si, sob controle, tivemos a maioria das oportunidades de definir a partida. Infelizmente não definimos - resumiu Rogério Ceni após a partida.


Jogadores do Flamengo no empate com o Fluminense, pelo Campeonato Carioca — Foto: André Durão

Força máxima e início dominante

Ceni mandou a campo a máxima força que tinha à disposição, com os retornos de Rodrigo Caio e Gerson ao time. A dupla, inclusive, mostrou novamente por que é tão importante para o Flamengo - o zagueiro deu rara tranquilidade à defesa rubro-negra, e o volante foi o melhor da equipe na partida.

Com liberdade para atacar e chegar à área, Gerson foi a chave para o Flamengo encontrar superioridade na parte ofensiva e superar a marcação tricolor no primeiro tempo. Cada infiltração do volante era um lance de perigo. Não à toa, o pênalti que originou o gol de Gabigol foi sofrido pelo camisa 8.

A cobrança certeira de Gabigol traduziu no placar a superioridade do Flamengo no primeiro tempo. O Fluminense até tentou, no início, sufocar a saída de bola rubro-negra, mas perdeu intensidade aos poucos e viu Diego e Gerson controlarem o ritmo no meio-campo. A arma tricolor era forçar jogadas sobre Isla, mas o chileno, apesar do cartão amarelo, conseguiu se safar.

Chances desperdiçadas

O controle do Flamengo, porém, não foi o suficiente para ampliar a vantagem. O time teve muito espaço, durante todo o jogo, mas faltou maior ímpeto e mais eficiência.

Por diversas vezes os jogadores de ataque receberam de frente para a zaga do Fluminense, a situação mais buscada por treinadores, mas na maioria delas erraram na conclusão da jogada. Arrascaeta, por exemplo, finalizou duas vezes da entrada da área; Vitinho teve chance similar no fim da partida, em chute que passou muito perto.
globo.com

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