domingo, 5 de junho de 2022

"O povo não come fake news", diz João Cezar de Castro Rocha


Professor da UERJ explica por que as trapaças do gabinete do ódio bolsonarista vêm perdendo eficácia
3 de junho de 2022, 13:27 h Atualizado em 3 de junho de 2022, 21:00


João Cezar de Castro Rocha e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Youtube | REUTERS/Adriano Machado)

247 – O professor João Cezar de Castro Rocha, um dos maiores especialistas do País no tema da guerra cultural e do discurso de ódio, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que as trapaças do gabinete do ódio bolsonarista vêm perdendo eficácia. A melhor estratégia para enfrentar a guerra cultural é não disputar as narrativas. O povo brasileiro não come fake news. O caminho é seguir apontando o descalabro econômico", diz ele, que também falou sobre o escândalo dos cantores sertanejos, capitaneado por Gusttavo Lima. "Podemos estar descobrindo as pontas do maior esquema de caixa dois da história", declarou

Segundo João Cezar, Bolsonaro produziu um tsunami porque se vendeu como um personagem contra o sistema político. "Hoje, não existe nada mais sistema do que o Bolsonaro. Ele representa a milicianização do estado", apontou. O professor também disse que o ódio contra Lula não gera mais engajamento. "Ele traz vida e não ódio. Traz promessa de futuro", afirmou.

Na entrevista, o professor também falou sobre a nova dinâmica da comunicação bolsonarista. "Há uma tentativa de moderação nos grupos bolsonaristas. Os grupos estão espalhando uma falsa biografia de Bolsonaro para atrair eleitores não-bolsonaristas", afirmou. Nesses grupos, discute-se abertamente sobre um eventual golpe, com uso das polícias, após a provável derrota eleitoral de Bolsonaro. "Precisamos começar a pensar no caráter policialesco do bolsonarismo, e não necessariamente militar. O autogolpe é a forma de governo do Bolsonaro. Temos um presidente golpista e um governo contra o estado", diz ele. "A retórica golpista é a de que o sistema se uniu contra Bolsonaro, por meio do STF, do TSE e da 'extrema imprensa'. Esta retórica do ódio é um discurso que deseja se transformar em ato", explica o professor.

Por brasil247.com

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