segunda-feira, 13 de junho de 2022

Rendimento médio do acreano tem queda recorde em 2021 e atinge menor valor em 10 anos, aponta IBGE


Dados divulgados nessa sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a renda do acreano despencou diante da crise provocada pela pandemia do coronavírus.

O rendimento mensal real da população, assim como a renda domiciliar per capita, tiveram queda recorde e atingiram o menor patamar da série histórica do instituto, que começou em 2012.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, o rendimento mensal médio real de todas as fontes no Acre passou de R$ 1.850 em 2020 para R$ 1.682 em 2021, valor mais baixo desde 2012. Este recuo corresponde a uma queda de 9%, a mais intensa da série.

Até então, a maior queda da renda mensal real no estado acreano, considerando todas as fontes de rendimento, havia sido de 7,4%, registrada na passagem de 2015 para 2016.

O levantamento aponta queda generalizada entre as diversas fontes que compõem a renda do acreano na passagem de 2020 para 2021 e destaca a dimensão do impacto dos auxílios governamentais diante do contexto pandêmico.

O rendimento médio mensal real é calculado pelo IBGE considerando apenas as pessoas que têm algum tipo de rendimento, indiferente de qual seja a fonte dele.

O recorde com relação à renda mensal média ocorreu mesmo diante do aumento do número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho no Acre.

Segundo o levantamento, aumentou de 29,4% para 32,4% a proporção de pessoas com rendimento efetivamente recebido pelo trabalho. Apesar disso, o rendimento médio efetivamente recebido pelo trabalho teve queda de 4,4%.

Já a proporção de pessoas com outros rendimentos, que inclui os programas assistenciais como o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial caiu de 18,1% para 13,1%, provocando uma queda de 40,4% da média advinda dessa fonte de renda.

A proporção de pessoas com algum tipo de rendimento no Acre caiu de 52,8% para 52,4%. Essa queda ocorreu a despeito do aumento da proporção de pessoas com renda do trabalho, que passou de 40,1% em 2020 para 41,1% em 2021.

O percentual de acreanos com rendimento de outras fontes caiu de 28,1% para 22,8% no período. As chamadas “outras fontes” incluem aluguel e arrendamento, aposentadoria e pensão e outros rendimentos, onde estão incluídos os programas assistenciais do governo – foi nesta fonte que se observou a queda mais intensa da proporção de pessoas que a recebiam.

Tombo recorde da renda domiciliar per capita

A pesquisa revela ainda que o rendimento médio mensal real domiciliar per capita no Acre em 2021 foi estimado em R$ 882, o menor valor em uma década.

A renda domiciliar per capita considera a divisão do rendimento das pessoas que efetivamente o recebem entre as demais que vivem sob o mesmo teto.

Descontado o efeito da inflação, significa que, na média, o acreano recebeu quase R$ 100 a menos que em 2020, o que representa uma queda de 9,8% – a mais intensa da série histórica da pesquisa. Na comparação com 2012, quando tem início o levantamento, a redução na renda média per capita foi de R$ 99.

A pesquisa também mostra que a desigualdade de renda voltou a crescer no Acre em 2021. O índice de Gini do rendimento médio mensal domiciliar por pessoa aumentou de 0,515 para 0,539. Em 2019, o índice ficou em 0,559. Quanto maior o Gini, maior a desigualdade.

O aumento da desigualdade ocorreu em todas as regiões do Brasil, sobretudo nas Norte e Nordeste, segundo o IBGE, devido ao impacto da redução do Auxílio Emergencial.

Com informações de G1Acre

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