terça-feira, 2 de junho de 2009

DESCOBERTA DE PETRÓLEO NA ACRE.

PETRÓLEO EM TARAUACÁ?

           Folha anuncia descoberta de petróleo no Acre   

Nelson Liano Jr., do Jornal A Gazeta   
 

A ANP pediu autorização para fazer análise de solo na região central do Estado, entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul 

A notícia publicada pelo jornal paulista desencadeou uma série de especulações políticas e ambientais. Segundo o diário, a descoberta de gás e de óleo de altíssima qualidade em território acreano será anunciada, em breve, como uma maneira de conter os ânimos da oposição ao Planalto de esticar demasiadamente a CPI da Petrobras que foi instaurada no Senado.

Acompanhe o que publicou a Folha de São Paulo:

“Para tentar minar a CPI no Senado e criar uma agenda positiva pró-Petrobras, o governo prepara o anúncio da descoberta de duas grandes reservas no país. Segundo apurou a Folha, são uma reserva de gás e óleo no Acre e outra de gás no noroeste de Minas Gerais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na semana passada a confirmação da Petrobras. Desde então, a cúpula do governo prepara o anúncio a fim de que coincida com a divulgação das propostas de novas regras de exploração de petróleo na camada pré-sal e com o início dos trabalhos da CPI da Petrobras no Senado. Do ponto de vista econômico, as novas reservas serão divulgadas como uma espécie de passaporte para o Brasil se livrar da dependência do gás boliviano. Na reserva do Acre, o óleo é considerado super leve e de alto valor comercial.”

Repercussão da notícia no Acre

O secretário de meio-ambiente, Eufram Amaral, afirmou não ter recebido nenhuma comunicação oficial da Agencia Nacional de Petróleo (ANP) sobre a descoberta. Ele explicou que a ANP pediu autorização para fazer análise de solo na região central do Estado, entre Tarauacá e Cruzeiro do Sul. O pedido para a autorização ambiental, segundo o secretário, aconteceu no início do segundo semestre de 2008. “Eles fizeram coleta de solo para fazer analise de hidrocarbonetos. Nós demos a autorização para que a análise fosse feita fora das unidades de conservação ambiental e das terras indígenas. Mas o Governo do Estado ainda não recebeu oficialmente nenhuma confirmação da ANP. O Acre e o Amazonas formam um bloco de prospecção. Houve ainda uma sondagem aérea nessas regiões,” explicou Eufran.

O secretário da Sema explicou ainda qual será a posição do Governo do Estado, caso, seja feito o anúncio oficial da descoberta. “Como temos uma política de gestão participativa para a execução da exploração terá que haver uma avaliação para se saber os impactos negativos para aí sim aprovar a exploração. Será preciso saber ainda se a exploração comercial do gás e do petróleo, no Acre, irá contribuir com os objetivos pré-determinados pelo Governo melhorando efetivamente a qualidade de vida da população local,” explicou o secretário.

Ele ainda informou que a conservação da floresta é prioridade. “Já descartamos qualquer possibilidade de exploração em terras indígenas e reservas ambientais. Serão feitos estudo de base de dados. O Governo tem profundo conhecimento de todo o território acreano e vai analisar se haverá uma incorporação dessa atividade econômica que contribua com os principais objetivos das nossas políticas públicas em desenvolvimento,” salientou.

Eufram cita como exemplo de exploração petrolífera positiva, Urucu, no Estado do Amazonas.  Mas destaca que uma tecnologia utilizada numa determinada região pode não servir para outra. “Eles têm tecnologia de ponta para a estratégia de exploração que garantem a preservação ambiental. Mas nós teremos que analisar que tipo de tecnologia que será empregada no Acre para podermos anunciar uma posição definitiva,” afirmou. Vale destacar que o Governo do Acre terá que autorizar a exploração.

Tião Viana acompanha as pesquisas

O senador Tião Viana (PT-AC) declarou que não vai posicionar-se antes de haver um informe oficial da ANP em relação à descoberta de gás e petróleo no Acre. Mais uma vez, o senador acreano destacou que a possibilidade de existência hidrocarbonetos, na bacia do rio Madre de Dios, da qual o rio Acre faz parte, é enorme. Ele também confirmou que vem acompanhando e ajudando, através de emendas parlamentares, a ANP há mais de 10 anos, justamente por acreditar na existência de derivados minerais fósseis em toda região do Alto Acre e no Juruá.

"Mas acho que o debate só deve ser feito depois do anúncio oficial e no momento adequado. Eu tinha conhecimento desses estudos avançados da ANP. Mas posso adiantar que qualquer tipo de exploração no futuro terá que ser feito de acordo com o apoio estratégico do Governo do Estado e com o respeito às áreas indígenas e reservas ambientais,” disse ele.

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