quinta-feira, 4 de março de 2010

Estresse no trabalho causa distúrbios na voz de professores



A realidade do professor de voz adoecida é a aposentadoria precoce ou o redirecionamento da carreira (Foto por AP)
A realidade do professor de voz adoecida é a aposentadoria precoce ou o redirecionamento da carreira (Foto por AP)
Uma pesquisa da Faculdade
de Saúde Pública da USP
(Universidade de São Paulo)
 diz que o estresse na
sala de aula está fortemente
 associado aos distúrbios
na voz dos professores.
A doença aumenta de
seis a 9,5 vezes as chances
de o profissional tornar-se
incapaz para o trabalho. As
informações foram divulgadas
na Agência USP.

A conclusão faz parte da
 pesquisa da fonoaudióloga
 Susana Gianini, que
avaliou 167 professores
 que têm distúrbios na
voz e dão aulas de
ensino infantil, fundamental
ou médio da cidade de São
Paulo. Comparando-os com
105 colegas saudáveis que atuam nas mesmas escolas, a pesquisadora associou os distúrbios
 vocais ao estresse provocado pela organização do trabalho. 


Isso porque, dos professores analisados, 70% dos que tinham problemas vocais apresentaram
excessode trabalho, com nível de pressão médio ou alto para realizá-lo. Já nos professores
saudáveis a porcentagem era de 54,4%. 

A carga de estresse entre os professores foi medida pelos níveis de excesso de trabalho e pela
falta de autonomia sobre seus afazeres.

Entre os profissionais doentes, 73% mostraram ter pouca ou média autonomia para realizar
 o seu trabalho. Já entre os professores sem alteração vocal, a porcentagem é de 62,1%,
explica Susana. 

- A condição de estresse é de alto desgaste. Nesse nível, o professor perde a possibilidade de
criar e intervir no trabalho. Ele tem muitas tarefas para desempenhar e não consegue criar
soluções para os problemas que aparecem. 

Classes cada vez mais cheias são um outro fato de estresse, pois aumentam o trabalho
 em volume e pressão. 

Um levantamento da Faculdade de Fonoaudiologia da PUC-SP (Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo) já havia apontado em 2003 que cerca de 60% dos professores
da rede municipal da cidade de São Paulo têm distúrbios na voz — uma prevalência
cinco vezes maior que no resto da população. 

A realidade do professor de voz adoecida é a aposentadoria precoce ou o redirecionamento
 da carreira.

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