Os três postulantes ao Planalto na eleição nacional
de 2014 estão com posição igualzinha a da dupla Fraga-Franco, nessa questão da
manutenção (eles falam de abandono) do tripé macroeconômico – meta de inflação,
controle fiscal por meio de superávits primários e câmbio flutuante.Seria bom
os jornalistas ouvirem os presidenciáveis do PSB/Rede, o governador Eduardo
Campos e a ex-senadora Marina Silva, e o do PSDB, senador Aécio Neves (MG)
sobre a opinião dos ex-presidentes do Banco Central, Armínio Fraga e Gustavo
Franco (leia mais).
Em uníssono os três presidenciáveis e os
ex-presidentes do BC estão contra, também, a renegociação da dívida dos Estados
e municípios. Sobre as duas questões, eles todos falam, falam, mas não dizem
nada nem apresentam dados. O Brasil tem, sim, superávit, dívida interna sob
controle, reservas internacionais e inflação em queda. Faz e conduz sua
política econômica segundo as conjunturas nacional e internacional.
Nessa conjuntura, têm a coragem de
cobrar abertura da economia
Mas, a dupla Fraga-Franco cobra abertura da
economia brasileira num momento em que estamos submetidos ao risco de uma
mudança brusca da política monetária dos Estados Unidos e num mundo onde o
câmbio é administrado nos EEUU, na China…E onde o Japão faz de tudo – até
buscar mais inflação – para crescer.
Ou eles estão cegos ou escondem seus verdadeiros
objetivos, o que é mais provável, já que não há seriedade intelectual em pedir
nesse momento mais abertura e integração internacional num mundo em recessão e
sob o tacão do FED (banco central norte-americano), que está na eminência de
mudança em sua política de incentivos o que levou até a própria China e o Japão
a pedir prudência ao governo americano ao implementá-la.
Os presidenciáveis todos posicionam-se contra a
renegociação da dívida interna, com Estados e municípios. Sob o velho argumento
de que ela coloca em risco a responsabilidade fiscal. Não coloca em risco a
responsabilidade fiscal coisa nenhuma. Pelo contrário, permitirá aos Estados e
Municípios investir mais. Além de resolver graves problemas sociais e de infra
estrutura que, não resolvidos, aí sim, poderão inviabilizar o crescimento do
país e sua coesão social.
Renegociação das dívidas não coloca
em risco responsabilidade fiscal
Estas dívidas de Estados e municípios, negociadas
em novos patamares, aumentarão a atividade econômica, e portanto a arrecadação.
Sempre é bom recordar – e é pena que se precise lembrar isto para a dupla
Fraga-Franco – que em 2003, quando assumimos o governo, a inflação era de
12,5%; o dólar estava descontrolado; a dívida interna líquida beirava os 60% do
PIB; o desemprego tinha taxas que eram o dobro das de hoje; e o crescimento
econômico, do PIB, nem se fala, era pífio.
Mais grave, ainda, é o alarmismo da dupla com a
inflação quando ela dá sinais claros de queda e o BC atua para além, inclusive
do razoável, elevando os juros a 9,50%. Mas, no fundo o que leva Fraga e Franco
a deitar falação sobre os fundamentos macro econômica do país é a eleição que
Franco trouxe à baila ao insinuar que o governo rediscute a dívida interna por
causa da disputa eleitoral que se avizinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário