terça-feira, 15 de julho de 2014

O exorcismo eleitoral do bem contra o mal

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Petecão não está brincandoJá ouvi de pelo menos dois candidatos a deputado federal pela Aliança de oposição que o senador Petecão (PSD) está “jogando pesado” para eleger a esposa Marfisa Galvão (PSD). Tem até prefeito do PSDB que está apoiando a candidata.
SurpresaEsses dias um candidato foi convidado a ir para Porto Acre acompanhando a comitiva da Aliança. Quando chegou no evento estava todo alaranjado e o cenário preparado para a promoção da Marfisa. Os outros candidatos a federal tentaram vender o peixe, mas como se dizia na gíria, “já estava tudo dominado”.
InocentesQuem não sabia que o Petecão iria entrar de sola na eleição? Ainda mais com um mandato de senador. A eleição da Marfisa é uma questão de sobrevivência de Petecão. Se ela perder dificilmente terá chance de sonhar com a reeleição em 2018.

Exemplo do passadoNa eleição municipal na Capital, Petecão tentou eleger a irmã Lene Petecão (PSD). Ela ficou de suplente e tem alguma chance de assumir o mandato caso a vereadora Eliane Sinhasique (PMDB) consiga tornar-se deputada estadual.
Nem tão prioritário assimEnfeitiçado pelo canto da sereia tucana o deputado estadual Major Rocha (PSDB) deixou uma reeleição certa para entrar na via federal. Em pouco dias de campanha já sentiu que o jogo é bruto. Tem prefeito do seu partido pouco se lixando para os planos da Executiva Nacional do PSDB.
AndandoQuem também já mostrou que vai jogar forte na eleição é o prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB). Tem subido e descido os rios do Vale do Juruá apresentando o seu filho Fagner Sales (PMDB), candidato a federal.
Salvação da lavouraFlaviano Melo (PMDB) perderá votos no Juruá. Mas em compensação manteve o apoio do prefeito de Mâncio Lima, Cleidson Rocha (PMDB). E os peemedebistas mais antigos votam nele. Além do fato que a legenda ganhou com Fagner.
Terra prometidaPor falar em Juruá, o candidato a estadual Lourival Marques Filho (PT) tem feito campanha por aquelas bandas. Deverá ter a ajuda do ex-vereador Franco (PT). Só não sei se isso ajuda ou atrapalha.
Sonhos de presidenteMal começou a campanha e já tem dois candidatos a estadual da FPA que sonham além dos votos à reeleição. Ney Amorim (PT) e Jamyl Asfury (PEN) se eleitos vão querer disputar à presidência da ALEAC, em 2015.
Chances reaisMesmo se a oposição fizer o governador, a FPA, na minha avaliação, deverá continuar com a maioria na ALEAC. Os candidatos da coligação tem mais estrutura para a disputa pelo fato de terem permanecido próximos do poder por 16 anos. Assim o presidente deverá ser mesmo da FPA em qualquer circunstância.
Mulher forteAssisti a uma entrevista da presidente Dilma (PT) esses dias na GloboNews. Não será tão fácil como se imagina derrota-la na disputa presidencial. Dilma está treinada e o seu discurso vai muito além do petismo tradicional.
MensalãoA entrevistadora a fustigou com os temas corrupção e mensalão. Ao contrário de outros “companheiros” Dilma disse endossar a sentença do Supremo contra Zé Dirceu e companhia limitada. Afirmou que as instituições devem ser fortalecidas.
A causa da revoltaPela entrevista dá para entender porque os petistas mais orgânicos não são fans da Dilma. Ela declarou não ter nada com a corrupção de alguns membros do seu partido. E refirmou o compromisso de usar a Polícia Federal para punir os corruptos.
O outro ladoAécio Neves (PSDB) me pareceu bem assessorado na campanha. As declarações do candidato que tenho visto pelo Youtube são muito bem feitas. O discurso é leve e de fácil assimilação. Só não sei se terá tempo para ficar conhecido nacionalmente.
A terceira viaO mesmo problema enfrenta Eduardo Campos (PSB). Ele não é conhecido dos grandes contingentes eleitorais do país, Rio, Minas e São Paulo. No Nordeste significa sim uma ameaça para a grande votação que o PT tem tido na região nas mais recentes eleições. Mas pela pesquisa DataFolha Dilma ainda lidera no Norte e Nordeste.
Casos similaresFico curioso para saber como os eleitores vão se comportar em dois estados brasileiros que tiveram longa hegemonia do mesmo partido. Em São Paulo os tucanos governam há mais de 20 anos e, no Acre, o PT está no poder há 16 anos. Os dois candidatos da situação nos dois estados, segundo as pesquisas, lideram a corrida aos governos. Resta saber se o desgaste natural vai interferir ou não na vontade soberana dos eleitores paulistas e acreanos. Mas as chances de quem disputa uma eleição no “trono” são sempre maiores. Agora, o sentimento de mudanças manifestados em junho de 2013 por parte dos brasileiros vai ser colocado em check. O resultado de 2014 vai mostrar se era uma coisa de grupos ou um reflexo da vontade da maioria.
Por Nelson Liano Jr.

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