sexta-feira, 15 de agosto de 2014

ARTIGO: Bittar, as baixarias e o fim da campanha

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Bittar: as baixarias e o fim da campanha

Bittar: as baixarias e o fim da campanha

O observador atento percebeu que a campanha de Bittar acabou, mesmo sem ter começado, e o fracassado minicomício da Baixada do Sol foi a última pedra sobre o que já vinha ladeira abaixo.
Mas uma campanha acaba assim, sem mesmo começar? Não, uma campanha termina quando o candidato não se torna capaz de ser portador de um projeto sério e interessante, ao menos para quem o rodeia.
Se Bittar não consegue juntar nem seus aliados, quem irá se aliar a ele? De todos os lados é o mesmo relato: o candidato tucano já acorda azedo, olha o mundo como um oráculo, portanto, nada tem a dizer ao mundo.
Seu comportamento politico é ainda pior que sua atitude pessoal, pois na politica o candidato segue como “autista” – com todo o respeito aos portadores do autismo. Bittar não se importa com ninguém, só com ele mesmo.
A vinda do Aécio ao Acre, longe de vitaminar a campanha de Bittar, transformou em pesadelo o “começo” da campanha. Como assim, começo? O minicomício nas Quatro Bocas, ali em nossa bela Baixada do Sol, é o retrato do volume político de Bittar, ou seja, anêmico, apesar de inchado.
O observador percebe que Bittar largou a campanha, isto é, sua prioridade já não é mais “a campanha”, até porque, para Gladson e os proporcionais, a ordem agora é cada um por si. O que está exposto para todo mundo é que o PSDB não tem uma campanha no Acre.
Por não ter fôlego politico, a ordem dos marqueteiros de Bittar é inventar trolls, buscando criar factoides; programa, mesmo, necas! Para piorar, as peças que a campanha anda soltando (“arrumar a casa”) são de uma tragédia comunicativa sem par. E assim caminha trôpega para seu final a campanha tucana.
Na seara dos aliados, a coisa ficou ainda pior, com cenas de pugilismo entre a deputada Antonia Lúcia e a esposa do candidato, Márcia Bittar. Sem delongas: coisa feia e deprimente!
Gladson já tirou o time do campo do 45; já está com a campanha só cuidando dele mesmo, ou seja, “ema, ema, ema, cada um com seus problemas!”. Para Cameli, Bittar já era; o jogo agora é realizar aquilo que as classes dominantes do Amazonas querem, mais que tudo no mundo: eleger o quarto senador daquele Estado aqui, em nosso Acre.
Baixarias aqui, fofocas acolá, Bocalom está bem à frente de Bittar nas pesquisas. Como se diz lá nas barrancas do Rio Moa: é peixe morto na rede. Bocalom já sabe disso e também já bate no fígado político de seu antigo aliado. Os dois sabem que o segundo turno está difícil de viabilizar, mas Bocalom sabe que Bittar já não chega mais junto.
Bittar agora tem dois caminhos a seguir: opta pelo jogo “do pescoço pra baixo vale tudo”, arriscando-se a uma morte política sem memória e valor, ou busca refundar o que lhe resta de substância programática – coisa de difícil efetivação, nessa altura do campeonato.
Bocalom não pode descuidar de adversário imediato, que é Bittar. Se vacilar, o jogo pode ser virado, nunca se sabe. Ou Bocalom leva Bittar para o canto do ringue, decretando um terceiro lugar distante ao tucano, ou ele também fica no risco de descer o barranco. Não há espaços neutros na luta política!
Na cena de disputa do Senado a coisa está embolada, mas, francamente, favorável à deputada Perpétua. O filho do papai, apesar de seu imenso orçamento, ainda está longe da zona de conforto.
Perpétua precisa sair da condição de deputada federal. Agora ela está na disputa ao Senado, projeto grande, desafio maravilhoso de dizer aos acreanos: o que é uma senadora lá em Brasília, o Acre ganha o que com isso? Vai ter de dizer que seu concorrente não leva a política a sério, que o Senado exige dedicação e grandeza e, sobretudo, compromisso com o Acre.
Insistir em rotular o Gladson de “riquinho” é uma bobagem. Joãozinho Trinta dizia que só quem gosta de pobreza é intelectual. Apesar do viés ideológico, de certo modo o carnavalesco estava certo – quanto mais no Brasil, onde a riqueza e a ostentação é glamurizada.
Gladson, Bittar e Bocalom são forasteiros. Não entendem o Acre nem o conhecem, e é por isso que eles não são capazes de pensar e sentir o que o Acre quer e merece.
No mais, estamos no meio de agosto, e já posso dizer que essa é uma das campanhas mais incrivelmente curtas que já vimos. No meio disso tudo, e para justificar o título, a única baixaria que gostamos é aquela vendida nos nossos mercados.
Possidônio Correia de Alcântara * – * Historiador

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