quinta-feira, 16 de outubro de 2014

PT freia onda Aécio, mas tucano é mais forte que Marina

A dez dias da eleição, a disputa presidencial ainda não está decidida. Há um equilíbrio muito grande entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Apesar do cenário favorável politicamente ao tucano, as intenções de votos válidos se mantiveram inalteradas de acordo com os resultados das últimas pesquisas Ibope e Datafolha _ 51% dos votos válidos para Aécio contra 49% para Dilma. A campanha do PT na TV e no rádio freou a onda tucana.
Embora tenham ocorrido leves alterações nos segmentos, o resultado geral é igual aos divulgados pelas pesquisas da semana passada. O empate técnico entre os candidatos se manteve.
Aécio viveu uma semana de fatos políticos positivos. Recebeu declarações de apoio do PSB, de Marina Silva e da família de Campos. Dilma viveu uma semana de fatos negativos, como os depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff à Justiça Federal do Paraná. Mas o PT conseguiu manter Dilma viva na disputa. E Aécio não tem a fragilidade política de Marina. É um adversário mais consistente.
Segundo o Datafolha, o apoio de Marina pode ser mais um empecilho do que um reforço para o tucano. Na semana passada, 13% disseram que não votariam num candidato escolhido por ela. Após ter declarado apoio a Aécio, 23% disseram que não votariam no nome indicado pela ex-candidata do PSB. Cresceu 10 pontos percentuais a rejeição a um candidato indicado por Marina. Pode ter havido uma desaprovação dos eleitores à decisão que a ex-senadora tomou no segundo turno.
As pesquisas mostram que o segmento de indecisos será muito disputado. Hoje, eles seriam 6% no Datafolha e 5% no Ibope. A troca intensa de ataques tende a continuar. Como a campanha do PT conseguiu elevar a rejeição de Aécio de 34% para 38% em uma semana, a tendência da equipe de Dilma é continuar com a artilharia pesada contra a carreira política do adversário e contra as ideias de Armínio Fraga, indicado para ministro da Fazenda num eventual governo tucano. Prosseguirá a associação de Aécio ao governo FHC. O ex-presidente Lula já atendeu ao pedido de maior participação na campanha de Dilma.
Já o time de Aécio agiu de forma ofensiva ao levar as acusações de corrupção na Petrobras para a propaganda no rádio e na TV. Tem feito críticas à inflação alta e ao baixo crescimento da economia. No entanto, em parte da propaganda política, o PSDB tem mais respondido do que realmente atacado. São peças que dizem que o PT acusaria o tucano com mentiras.
De alguma forma, o PT tem conseguido ditar mais a pauta do debate eleitoral. Nesse contexto, cresce a importância dos debates na TV. Ainda haverá três. O de hoje será no SBT. E ainda teremos os confrontos na Record e na Globo. Quem errar menos nos debates poderá levar uma vantagem decisiva em uma eleição tão apertada.
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Os números do Datafolha e do Ibope são bem diferentes de pesquisas recentes dos Institutos Paraná e Sensus. Essa discrepância não faz bem à credibilidade das pesquisas, porque, para usar uma expressão educada, alguém aí não está fazendo um trabalho correto.
Ouça o comentário no “Jornal da CBN”:

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