Cresce a insatisfação dos petistas com a presidente Dilma

O período pós eleitoral não está um céu de brigadeiro para a presidente Dilma (PT). Além de enfrentar descontentamentos nos partidos da base alguns “companheiros” tradicionais têm feitos críticas veemente ao seu segundo mandato. Tudo começou, mais acentuadamente, com declarações da senadora Marta Suplicy (PT-SP) de que o PT precisa de mudanças urgentes. No seu blog, o ex-ministro Zé Dirceu (PT), também tem feito críticas veementes à política econômica de Dilma. Segundo Dirceu, um cenário de recessão econômica está sendo desenhado nessa quarta gestão petista. O ex-deputado cassado e “pai do Mensalão” escreveu que as medidas recentes da presidente sacrificam o consumo interno do país que sempre foi a bandeira que diferenciou as gestões petistas dos tucanos. Para entender: desde o ex-presidente Lula (PT) a prioridade foi o aquecimento do mercado interno enquanto o PSDB sempre incentivou mais as exportações.

Outro insatisfeito
O senador acreano Jorge Viana (PT) evita falar. Mas quem o conhece sabe que não está nada satisfeito com o ministério “conservador” escolhido por Dilma. Jorge teme (silenciosamente) pela perda de espaço do PT no cenário político nacional.

O PT rachado
O fortalecimento das correntes internas do PT é outro fator que pode atrapalhar a presidente. Cada uma das tendências funciona quase como partidos independentes. A disputa por cargos e espaço no Governo pode se tornar um luta fraticida.

A visão do Sibá Machado
Conversei com o deputado federal acreano Sibá Machado (PT) sobre as insatisfações internas. Segundo ele, isso é inegável. E explicou que alguns petistas questionam o fato da presidente Dilma atender mais facilmente as solicitações e demandas de partidos aliados do que do próprio PT.

Otimista com a liderança
Sibá andou recentemente por 10 estados brasileiros fazendo campanha à presidência da Câmara Federal para Arlindo Chinaglia (PT-SP). Aproveitou para conversar com companheiros parlamentares. “Acho que meu nome como líder da bancada do PT não tem mais volta. Isso faz parte de um acordo de rodízio,” afirmou.

Ao lado dos “companheiros”
A proposta de Sibá Machado para a liderança da maior bancada da Câmara é justamente defender os interesses dos parlamentares petistas junto ao Planalto. Ele também ressaltou que o desejo de dois outros deputados do PT à liderança não deve interferir na escolha do seu nome que conta com o apoio da maioria.

A hora da verdade
Haverá um reunião no dia 31 de janeiro, em Brasília, para sacramentar a escolha de Sibá à liderança. Segundo o acreano, a presidente Dilma deverá respeitar a escolha da base parlamentar e não irá interferir. Ele afirma ter uma boa relação com a presidente.

Disputa acirrada
Sibá está muito otimista também em relação a uma possível vitória do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara dos Deputados. “Nós iremos ao segundo turno contra o candidato do PMDB, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com chances reais de ganharmos,” garantiu.

Mais uma dor de cabeça para Dilma
Mas se a previsão de Sibá de uma virada no jogo à presidência da Câmara não se confirmar será mais um problema que Dilma enfrentará no segundo mandato. Eduardo Cunha prega a independência do legislativo nacional.

Reflexos no Acre
Sibá como líder da bancada do PT na Câmara irá fortalecer tendências internas do partido que estão “escanteadas” no atual Governo de Tião Viana (PT). Isso seria uma forma de equilibrar o jogo entre os petistas acreanos. Atualmente a DR, com as digitais do secretário de articulação Carioca, dá às cartas no Governo.

Pepino pro Sibá descascar
Segundo uma fonte, os cargos dentro dos Correios no Acre são indicados por Sibá Machado. Mas alguns funcionários que fizeram campanha pra FPA estão revoltados. Alegam que com as férias dos três gerentes da empresa estatal, em Rio Branco, foram nomeados substitutos filiados do PSDB e PMDB.

O desemprego campeia as prefeituras
Quase todas as prefeituras do Acre anunciaram demissões de cargos comissionados neste início de ano. Num Estado que ainda não encontrou o caminho da sua independência econômica do “dinheiro público” isso pode se tornar um problema social.

A estrela sobe
Fico só observando a atuação política da vice-governadora Nazaré Araújo (PT). Quem pensava que a ex-procuradora seria um poste se enganou. Pelo andar da carruagem, Nazaré, não será carta fora do baralho em 2018. Aguardem!

Bestene, a gota d’água pra Neto Ribeiro abandonar o PP
Conversei com o candidato derrotado a deputado federal Neto Ribeiro (sem partido) sobre os motivos de abandonar o barco do PP. A resposta: “O partido está indo para um buraco que não quero ir junto. Durante a campanha enfrentei várias vezes o ex-deputado José Bestene (PP), que assumiu a presidência do partido, com o afastamento do Gladson Cameli (PP) para ser candidato ao Senado. Acabada a eleição o Bestene continua como presidente interino do PP. Isso desagrada muita gente dentro do PP. Na prática é ele quem está mandando no partido. Não concordo e por isso resolvi sair”.

Nelson Liano Jr. nelsonliano@hotmail.com