Marco Archer Cardoso Moreira soube ontem à noite – de manhã no Brasil –
que poderia ser executado no próximo sábado (16). Os policiais começaram o
movimento de preparação para transferi-lo para outra unidade prisional,
conhecida como o "corredor da morte" da Indonésia, onde os presos são
isolados e preparados para a execução por fuzilamento. Logo em seguida, o temor
se concretizou e ele deixou a prisão de Pasir Putih.
Preso
há 11 anos por ter entrado no país com 13,4 kg de cocaína escondidos numa
asa-delta, o brasileiro ainda tinha esperanças de que o presidente
recém-eleito, Joko Widodo, cuja principal promessa de início de mandato seria a
tolerância zero com os traficantes, ajudasse. Em 31 de dezembro, Widodo negou a
clemência ao brasileiro.
A
última chance de adiar a execução de Marco é a presidente Dilma Rousseff tentar
intervir diretamente junto a Widodo. A família de Marco diz que tanto o
Itamaraty quanto o Planalto estão empenhados em ajudar o brasileiro, que tem 53
anos, mas são mínimas as chances de o presidente linha-dura sequer atender os
contatos do governo brasileiro.
Assim
que soube da possibilidade da execução iminente, uma tia de Marco pegou um voo
para Jacarta, aonde, por causa das três conexões, deve chegar nesta sexta-feira
(15). Ela leva uma mala com presentes, cartas e lembranças de amigos e, a
pedido do sobrinho, bacalhau da escala em Lisboa. "Espero poder me
despedir do meu sobrinho e peço que rezem por ele", diz ela, irmã da mãe
de Marco, morta em 2011 de um câncer de pulmão que acreditava ser fruto do
desespero pela libertação do filho.
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