segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Com mais de R$ 1 bilhão em caixa Gladson tenta mostrar a marca de sua administração

 Com mais de R$ 1 bilhão em caixa Gladson tenta mostrar a marca de sua administração

Que isso

O governador Gladson Cameli surpreendeu a todos durante o evento sobre a estrada que vai ligar Cruzeiro do Sul a Pucallpa no Peru. Para quem está acostumado com o governador afável e risonho, o mau humor evidente e o discurso carregado causaram espanto. O ponto alto foi a confissão que dispõe de mais de R$ 1 bi para investir no estado - “mas não tem projeto”. Silêncio sepulcral e um arregalar de olhos dos ministros Rogério Marinho (Desenvolvimento) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).

...governador?

Quando uma declaração consegue surpreender os ministros de Bolsonaro, acostumados a falas nada ortodoxas é porque a coisa é grave. E é mesmo! O desabafo do governador carimba a equipe dele de incompetente. Difícil digerir que entre seu secretariado, assessores e três mil cargos comissionados não exista unzinho com capacidade para elaborar projetos.

Teoria

Alguns dos presentes analisaram a reação do chefe do Executivo como uma possível crise de ciúmes por não ser o personagem principal do encontro. Ter que dividir os louros (e ficar com os mais minguados), com o senador Márcio Bittar (MDB), que foi o responsável pela vinda dos ministros ao Acre e com o vice-governador Major Rocha (PSL) e o deputado Luiz Gonzaga (PSDB), que iniciaram a luta por essa obra talvez tenha sido demais para o governador.

Aprender

O senador Márcio Bittar e o vice-governador Rocha precisam aprender com o articulador político do governo, Moisés Diniz, que em nome do bom relacionamento jamais se aparece mais que o chefe. A não ser para engrandece-lo. A literatura política clássica e contemporânea está cheia de exemplos. Mas que o esforço por essa ligação entre Cruzeiro do Sul e Pucallpa foi do vice-governador, do deputado Luiz Gonzaga e do senador Márcio Bittar, é inegável. Com ciúmes ou não, o governador vai ter que engolir essa verdade.

Mérito

O senador Márcio Bittar foi o responsável pela destinação dos recursos no valor de R$ 45 milhões. A verba dará para iniciar a obra. Márcio usou seu prestígio junto ao presidente Bolsonaro e o poder a ele conferido como relator do Orçamento Geral da União. E para aumentar a crise, a promessa do DNIT é que até dezembro projeto estará concluído.

Novo velho

Por mais que o senador Sérgio Petecão (PSD), se esforce por repaginar o candidato do PP à prefeitura da capital, chamando-o de Novo Boca, o máximo que conseguiu foi impedir que Bocalom mencione Acrelândia em cada parágrafo. Até o bordão é antigo. Em 2012 quando disputou o governo do estado, Tião Bocalom já usava o slogan- “Produzir para empregar”. Parece que de novo mesmo só a Marfisa Galvão na chapa.

Compromisso

Na manhã desta sexta-feira (25), a coligação Produzir para empregar lotou o gabinete do juiz eleitoral Giordane Dourado. Tião Bocalom e Marfisa Galvão acompanhados da coordenação de campanha firmaram o compromisso de fazer uma campanha limpa, se comprometendo a combater as mentiras (Fake News). A intenção é louvável mas a execução difícil. As militâncias compartilham como verdadeiras, notícias divulgadas por sites nacionais especializados em fabricar notícias.

Não gostaram

A população de Sena Madureira não aprovou o vídeo do governador Gladson Cameli enviado para parabenizar o aniversário da cidade. O vídeo rápido faz uma lista de supostas melhorias obtidas a partir do envolvimento do governo Gladson e renova a promessa de campanha de construir a ponte entre o centro e o segundo distrito. A população reclamou do uso de imagens que não são de Sena Madureira.

Risco

O lucro dos Correios em 324 grandes centros financia os cinco mil municípios restantes porque a empresa não tem fins lucrativos. Se os Correios forem privatizados esse subsídio cruzado deixa de existir e a tendência é milhares de municípios ficarem sem atendimento. O impacto no e-commerce será profundo. Os Correios do Brasil atua no e-commerce com o menor custo. Mesmo assim apresenta uma receita anual de cerca de R$ 20 bi o que despertou a cobiça das corporações. Entre a alemã DHL e as americanas Amazon, FedEx e UPS, está a brasileira Magazine Luiza (Magalu), na disputa pela compra da Empresa de Correios.

Estruturada

Os Correios do Brasil é uma das empresas mais estruturadas do mundo- tem quase cem mil funcionários em 11,1 mil agências; 23 mil veículos e 10 linhas aéreas. Entregam 21,7 milhões de objetos postais /dia e têm capacidade de aumentar essa entrega para 26 milhões de objetos por dia. Com todo esse volume, a empresa não necessita usar e não usa investimento público. Se mantém. Por isso ninguém entende a intenção de privatizar, afinal o governo não gasta um centavo com os Correios.

Moro/ Mandetta

Construção da chapa Sérgio Moro presidente /Luís Henrique Mandetta vice, ganha força com o lançamento do livro do ex-ministro da Saúde. O livro escrito para contar o início da pandemia no Brasil traz muito mais sobre os bastidores do governo Bolsonaro a quem é atribuída uma grave paranoia. Dentre os fatos Mandetta destaca que o presidente Bolsonaro teria dito que jogaria o exército contra o povo caso começassem os saques a supermercados. Ao ministro da Cidadania Onix Lorenzzoni foi atribuído o início de um processo de chantagem contra parlamentares.

Pressão

Segundo Mandetta o fato ocorreu durante a discussão das “10 medidas contra a corrupção”, elaborado por Deltan Dallagnol. Onix era o relator do projeto na Câmara dos Deputados e gravou os deputados que queriam alterar o texto. Mostrou a gravação aos deputados e ameaçou vazá-la para a imprensa.

Omisso

Mandetta joga luz sobre Bolsonaro e seu staff, mas não explica que como ministro da Saúde deixou a periferia e o interior sem atendimento durante a pandemia porque expulsou os médicos cubanos e destruiu o Programa Mais Médicos. É o sujo falando do mal lavado.

Boa tarde, deputado Nicolau Júnior (PP), é verdade que por conta do discurso impactante do governador Gladson Cameli, vossa excelência chegou a se retirar do recinto? Como diria a Senhorita Brilhos: “Babado”.

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