segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Em Tarauacá, Saúde realiza mutirão de cirurgias de laqueadura


Há 26 anos, as mulheres precisavam do consentimento do parceiro para realizar algum tipo de procedimento de esterilização voluntária, como a laqueadura. Além da burocracia que elas enfrentavam, como listas de espera e falta de atendimento, as mulheres ainda precisavam enfrentar a opinião pública.

O direito de realizar o procedimento é garantido pela Lei n° 9.263/96, para mulheres acima de 25 anos (independentemente de serem mães) ou com pelo menos dois filhos vivos no momento da cirurgia (independentemente da idade).

O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), realiza nos dias 18, 19 e 20 de novembro, um mutirão de cirurgias de laqueaduras no Hospital Sansão Gomes, em Tarauacá.

Parte da equipe de saúde que realizará as cirurgias de laqueadura. Foto: Waldiane Almeida

Serão realizadas 21 cirurgias de laqueadura na ala obstétrica Ethel Muriel Geddis.

“Essa ação é importante, pois garante os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, de acordo com a lei vigente, e demonstra o compromisso do governo com a saúde”, afirmou a assistente social e gerente administrativa da ala obstétrica do Hospital Sanção Gomes, Jara Isva Rodrigues.

Pacientes que passaram pela cirurgia de laqueadura. Foto: Waldiane Almeida

Relatos de pacientes

Luziene Santos, 26, paciente cirúrgica de laqueadura. Foto: Waldiane Almeida

Luziene Santos, 26 anos, maquiadora, é casada e tem dois filhos. Um dos filhos tem três anos e o outro apenas 11 meses. Ela conta que decidiu pela laqueadura por não querer mais filhos e por ter problemas com a medicação contraceptiva.

“Esse procedimento vai facilitar a minha vida, pois como eu não podia fazer uso de medicamentos de contracepção, passei um grande sufoco quando engravidei pela segunda vez, pois o meu primeiro filho ainda mamava. Fazer essa cirurgia no meu município é satisfatório, pois posso estar perto da minha família”, disse Luziene.

Lauana Leite, 30, paciente cirúrgica de laqueadura. Foto: Waldiane Almeida

Já Lauana Leite, de 30 anos, é viúva e tem cinco filhos. Esperava ansiosamente por essa cirurgia também. “Minha mãe já tinha realizado esta cirurgia e eu desejava muito fazer. Estou realizando um sonho”, declarou Lauana.

A paciente acredita que o mutirão de cirurgias ajudará muitas mães que moram na zona rural e desejam parar de ter filhos. “Agradeço a toda a equipe e espero que esse projeto continue, para ajudar outras mulheres”, completou.
Opera Acre

O programa teve início, oficialmente, em meados de 2019, mas foi suspenso devido à pandemia. A programação foi retomada em março deste ano, levando mutirões que acontecem ao menos uma vez na semana em todas as regionais do Acre.

O objetivo é reduzir o tempo de espera e a demanda reprimida de pacientes que aguardam por procedimentos cirúrgicos, além da realização de exames.

No total, estão sendo investidos R$ 2,8 milhões no programa, que já realizou mais de 8 mil procedimentos cirúrgicos, entre eles, de cabeça e pescoço, cirurgia geral, mastologia, ginecologia, laqueadura e ortopedia geral.

(Da Agência/Acre)

Nenhum comentário: