segunda-feira, 27 de maio de 2019

Time de professores produz 600 planos de aula de matemática alinhados à Base


Com apoio da Fundação Lemann e do Google.org, Nova Escola lança conteúdos online e gratuitos que apoiam o trabalho com disciplina do 1° ao 9° ano do ensino fundamental.

Para apoiar professores de matemática no desafio de levar a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) para a sala de aula, um time composto por educadores de todo o país produziu 600 planos de aula online e gratuitos com recomendações e atividades alinhadas ao documento. O projeto é resultado de uma parceria entre a Nova Escola, a Fundação Lemann e o Google.org.

Elaborados com a contribuição do Mathema, grupo especializado na criação de métodos pedagógicos, os planos de aula estão baseados na resolução de problemas e no esforço produtivo, uma metodologia que mobiliza os estudantes em tentativas e estimula o raciocínio por meio de perguntas. “Os planos de aula vão priorizar atividades nas quais o erro é muito valorizado”, destaca Katia Smole, sócia-diretora do Mathema, ao citar que as pesquisas atuais de neurociência apontam que a aprendizagem de matemática em profundidade acontecem muito mais em situações de erro do que de acerto imediato.

“Nós queremos que a crianças e os jovens pensem, tentem, experimentem, investiguem, justifiquem e duvidem para que eles possam formar uma pequena comunidade de pensadores matemáticos”, diz Katia. Para isso, além das sugestões de atividades e conteúdos a serem trabalhados, os planos de aula trazem uma série de orientações aos educadores, como por exemplo o guia de intervenções, que aponta possíveis soluções para os desafios e prevê possíveis dificuldades ou erros dos alunos.

Disponíveis para consulta online ou impressão, os planos também apresentam a relação entre o assunto trabalhado e as habilidades previstas na Base. De acordo com Juliana Cavalcante, gerente de produtos pedagógicos da Associação Nova Escola, a ideia é trazer orientações para contribuir com a formação dos professores que, entre outros desafios diários, terão de pensar em como colocar o documento em prática na sua sala de aula.

“Um dos pontos mais importantes dos planos é possibilidade de ver a Base na prática”, diz a professora Mara Mansani, da rede pública de Sorocaba e Salto de Pirapora. “Não são apenas planos para matemática. Os professores podem pegar essa metodologia para começar a preparar suas aulas de outras disciplinas, considerando possíveis intervenções, erros e dificuldades do seus alunos”, sugere a educadora que, além de ter testado alguns roteiros com a sua turma, foi uma das 185 integrantes do time de autores responsável pela elaboração dos materiais.

Composto por professores de 18 estados brasileiros, o time de autores trabalhou a distância para elaborar os planos de aula. Com apenas um encontro presencial, que aconteceu em novembro do ano passado, o trabalho foi viabilizado por meio de ferramentas online de produção G Suite, do Google.


Durante todo o processo, os professores participantes também foram acompanhados por mentores e especialistas da área. “A troca com o mentor foi necessária e muito boa para que a gente conseguisse desenvolver as aulas com o olhar de um terceiro. Quando você faz um plano de aula, você vicia naquilo e acaba deixando passar alguns detalhes”, conta a professora e autora Renata Capovilla, do Colégio Rio Branco de Campinas.

Quem também já testou alguns planos de aula com a sua turma foi a professora Flávia Sant’ Ana Vieira Nascimento, da rede municipal de Jacareí. “Quando eu olhei alguns planos de aula, achei que as crianças já sabiam aquele assunto. Na aplicação, eu percebi que não era assim”, diz. Ela também sugere que os educadores não subestimem nenhuma etapa: “Quando você olha os planos, pode até pensar que uma atividade é muito fácil ou muito difícil para a sua turma. Quando você vai destrinchando o passo a passo, você vê que ela é super possível.”

Em entrevista ao Porvir, alguns professores do time de autores também deram dicas de como trabalhar com os planos de aula. Confira:

1- Leia o plano na íntegra antes de levar alguma atividade para a sala de aula;
2- Observe as orientações e sugestões de intervenção;
3- Entenda como o plano se relaciona com as habilidades da BNCC;
4- Separe os materiais complementares;
5- Inspire-se na metodologia do plano para elaborar outras aulas.

Novos planos de aula

No fim do mês, a previsão é que sejam disponibilizados novos planos na plataforma, contabilizando 1.500 aulas de matemática. Como próximos passos, o projeto também irá disponibilizar materiais de todas as disciplinas da BNCC do Ensino Fundamental e da Educação Infantil.

Em abril, também acontece uma nova seleção de professores interessados em fazer parte do time de autores de língua portuguesa e educação infantil. História, geografia, arte e educação física também devem lançar uma chamada no segundo semestre de 2018 e no início de 2019.

Fonte: Porvir

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