terça-feira, 20 de agosto de 2019

Área desmatada no Acre cresce mais de 400% em um ano, aponta estudo

Dados do Imazon foram publicados nesta sexta-feira (16) e mostra desmatamento em estados da Amazônia Legal.

Por G1 AC — Rio Branco

Desmatamento no Acre cresceu mais de 400% no período de um ano — Foto: Reprodução

O desmatamento no Acre aumentou mais de 400% no acumulado entre julho de 2018 e julho de deste ano. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

A área desmatada no Acre ano passado era de 35 km² e esse número cresceu para 187 km² em julho deste ano.

O Imazon divulgou, nesta sexta-feira (16), o calendário de desmatamento referente a 2019, com dados contabilizados de agosto do ano passado a julho deste ano. Ao todo, o estudo mostra que o desmatamento na Amazônia Legal cresceu em 15% no período de avaliação.

Estudo mostra dados dos nove estados da Amazônia Legal e o desmatamento entre os meses de julho e agosto — Foto: Reprodução

A área da Amazônia Legal abrange nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

O total de área desmatada na Amazônia Legal foi de 5.054 mil quilômetros quadrados entre o período de avaliação.

O mês de julho obteve o maior aumento no número de desmatamento na Amazônia Legal. O levantamento mostra que o crescimento foi de 66% em relação a julho do ano passado.

Estudo

O levantamento mostra que seis estados da Amazônia Legal tiveram aumento no desmatamento entre julho de 2018 e julho deste ano.

São eles: Roraima, com a maior variação no total desmatado com 2.700%; Acre com 434%; Pará, que tive aumento de 63%; Amazonas com 54%, Rondônia teve aumento de 24% e Mato Grosso, com 17%.

Sobre o número de florestas degradadas, Rondônia teve o maior aumento, com 269%. O Acre tinha um total de 2 km² de florestas degradadas ano passado. Já esse ano, o número aumentou para 3 km²

Dados de agosto

O Imazon mostra dados do levantamento feito entre agosto de 2017 e agosto de 2018. A variação entre agosto de 2017 e agosto do no passado no Acre foi de 257%. O dado mostra que em agosto de 2017 o estado acreano tinha 104 km² desmatado e o número subiu para 371 km² no ano seguinte.

O estado que mais desmatou, segundo o Imazon, nesse período, foi o Pará, quando tinha 1.482 mil km² em 2017 e no ano seguinte registrou 1.792 mil km² no estado.

O que é o SAD

O SAD, do Imazon, é um dos sistemas mais usados para monitorar o desmatamento da Amazônia, juntamente ao Prodes e ao Deter, que são mantidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O SAD também usa imagens de satélites mas, diferentemente do Prodes e do Deter, não é um dado produzido por agências de governo.

O objetivo do SAD é ter um registro mensal do desmatamento e também da degradação florestal, combinando imagens produzidas por diferentes satélites: Landsat 7, Landsat 8, Sentinel 1A e 1B e Sentinel 2A e 2b.

O SAD foi desenvolvido pelo Imazon em 2008 para produzir alertas independentes sobre o desmatamento.

Com a combinação das imagens desses satélites, o SAD observa as mesmas áreas em intervalos de 5 a 8 dias. Nas áreas com tamanho a partir de 1 hectare, o sistema detecta desmatamentos com detalhes de 20 a 30 metros.

Segundo o Imazon, o sistema também monitora as florestas através de nuvens. E acompanha somente as "florestas primárias", ou seja, aquelas que não foram restauradas ou regeneradas.

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