sábado, 11 de agosto de 2018

Polícia Militar prende “mula” na estrada de Sena Madureira com mais de 5 quilos de maconha

A menor informou que tinha ido hoje em Rio Branco buscar a droga e que receberia como recompensa a quantia de 500 reais

A menor informou que tinha ido hoje em Rio Branco buscar a droga e que receberia como recompensa a quantia de 500 reais

A Polícia Militar de Sena Madureira realizou na tarde de hoje mais uma expressiva apreensão de drogas na BR-364, trecho compreendido entre Rio Branco e Sena. O flagrante se deu durante uma barreira instalada a poucos quilômetros do vale do Iaco.

Os policiais pararam um táxi e dentro dele encontraram uma menor de idade que já vinha sendo monitorada. Ao fazer a revista em seus pertences foram encontradas sete barras de maconha que totalizaram 5,016 quilos.

Ao ser indagada sobre a ação delituosa, a menor informou que tinha ido hoje em Rio Branco buscar a droga e que receberia como recompensa a quantia de 500 reais. Ela seria, portanto, uma mula do tráfico.
Após o flagrante, a infratora foi encaminhada para a Unidade de Segurança Pública de Sena Madureira para os procedimentos cabíveis.

De acordo com o Major Casagrande, comandante da Polícia Militar em Sena Madureira, ao longo deste ano várias outras apreensões já foram feitas na BR-364. “O combate ao tráfico de drogas tem sido cada vez mais intensificado na região de Sena. Vamos continuar com esse trabalho, esperando contar também com o apoio da comunidade no sentido de denunciar os criminosos, por meio do 190”, comentou.

Redação Senaonline.net

TARAUACÁ: COMARCA DO MUNICÍPIO ABRE VAGA PARA ASSESSOR DE JUIZ COM SALÁRIO DE R$ 6 MIL


Na próxima semana se iniciam as inscrições do processo seletivo para o preenchimento de vaga ao cargo de assessor de juiz da Vara Cível da Comarca de Tarauacá. O certame foi publicado na edição n° 6.173 do Diário da Justiça Eletrônico (pág. 142), desta sexta-feira (10).

Até o dia 31, os candidatos podem enviar o currículo por e-mail:jose.alex@tjac.jus.br ou entregar pessoalmente na diretoria do foro da Comarca. De acordo com o edital, está disponível uma vaga e haverá cadastro de reserva.

Os inscritos deverão participar de avaliação escrita e entrevista, a fim de analisar a desenvoltura do bacharel em Direito com as atribuições na unidade judiciária. A avaliação e entrevista serão realizadas no dia 16 de setembro, no Fórum de Tarauacá. O resultado será divulgado no dia 24, seguinte.

A carga de horária é de oito horas diárias, com possibilidade de teletrabalho, a ser avaliado oportunamente. A remuneração prevista é de R$ 6.162,80, acrescido do auxílio saúde e alimentação.

Mais informações: (68) 3462-1314 e 99947-6816.
Fonte: https://www.ac24horas.com

TARAUACÁ: PREFEITA MARILETE RECEBE ATIVISTAS E ANUNCIA CONSTRUÇÃO DE UM NOVO CANIL MUNICIPAL


Em reunião realizada nesta quinta feira, 9 de agosto, com ativistas de defesa dos animais, a prefeita Marilete Vitorino anunciou que a prefeitura mandou fechar o canil municipal localizado no Bairro Corcovado e irá construir um novo espaço para abrigar os animais que serão recolhidos das ruas.

Integrantes do “Grupo Cão Amigo”, foram até o gabinete da prefeita para saber sobre a construção do novo canil. A prefeita informou que depende ainda de alguns detalhes e a construção deve acontecer em breve no Bairro Ipepaconha, nas proximidades da cerâmica municipal.

Em breve será também anunciada a criação de uma ONG, cujo objetivo é a defesa dos animais.

Bia Leão, uma das ativistas presentes no encontro, disse que que todos os procedimentos necessário à criação da entidade estão sendo encaminhados. “Vamos formalizar nosso grupo e trabalhar em parceria com a prefeitura e os demais órgãos que nos ajudem a cuidar dos animais”, comentou.

Para a ativista e Vereadora Janaina Furtado, o principal objetivo da entidade que será criada é retirar animais doentes e abandonados das ruas, cuidar e disponibilizar para a adoção. “É uma questão de saúde pública. Esses cães doentes e abandonados transmitem uma série de doenças aos seres humanos. As chamadas zoonoses. Por isso vamos cuidar deles”, disse.

Fonte: http://www.portaltarauaca.com.br/

PREFEITURA DE TARAUACÁ AVANÇA NA RECUPERAÇÃO DE RAMAIS E PREFEITA MARILETE ACOMPANHA OS TRABALHOS


Prefeita de Tarauacá, Marilete Vitorino, na manhã de sexta-feira, 10, esteve acompanhando de perto a reabertura de mais um ramal no município de Tarauacá. Desde o início de seu mandato que a atual gestora demonstra seu compromisso com os moradores da zona rural, há exemplo disso são os inúmeros quilômetros de ramais abertos e reabertos em sua gestão.

Prefeita Marilete Vitorino, estava acompanhada do Vereador Valdor do Ó, a gestora aproveitou a oportunidade e conversou com os moradores do Ramal do Cachoeira e pode sentir de perto os elogios e as reivindicações dos mesmo.

“Durante as visitas pude ouvir e ver a satisfação dos produtores em terem seus ramais reabertos em tempo hábil”. Disse a Prefeita Marilete Vitorino.
Assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de Tarauacá

Casal de aventureiros que já passou por cinco países e percorreu mais de 16 mil quilômetros em kombi chega ao Acre

Vanessa e Marques passaram pela Argentina, Chile, Peru, Bolívia e Equador na kombi que apelidaram de 'Madalena'. Após o Acre, casal quer viajar pelo litoral do país.
Casal já percorreu mais de 16 mil quilômetros em kombi 1994 e pretende conhecer coisas típicas do Acre (Foto: Reprodução/Instagram)

O casal de aventureiros Vanessa Cristina Kapper, de 27 anos, e Lorenzo Rousselet Marques, de 32 anos, decidiu largar tudo na cidade de Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul e viajar pela América do Sul em uma kombi 1994 apelidada de ‘Madalena’.

Os dois começaram a viagem em 1º de março desse ano e já percorreram mais de 16 mil quilômetros passando pela Argentina, Chile, Peru, Bolívia e Equador. A dupla chegou ao Acre na sexta-feira (10) e deixou a kombi em uma oficina para manutenção em Rio Branco.

“A gente pretende turistar aqui no Acre, pois depois que gente entrou e seguiu para Rio Branco passamos apenas por estradas. Mas, de antemão, já digo que ficamos surpresos com o tanto de pessoas legais que conhecemos e nos ajudaram. A gente dormiu em postos de gasolina também e foi bem tranquilo, tem outros lugares que não deixam fazer isso”, relata Vanessa.
Namorados já passaram pela Argentina, Chile, Peru, Bolívia e Equador (Foto: Reprodução/Instagram)

Marques é servidor público e pegou uma licença para fazer a viagem. Ele já havia guardado dinheiro para a aventura, mas a ideia inicial era fazer o trajeto como mochileiro. Vanessa era autônoma e tinha uma loja de cosméticos. A mulher conta que também tinha umas economias.

Em Rio Branco, o casal visitou o Parque Chico Mendes e Vanessa conta que experimentou sorvete de cupuaçu. Os namorados devem seguir para Rondônia (RO) até Brasília (DF), depois para Belém (PA) e seguir pelo litoral do Brasil.

“Eu nunca tinha comido isso [cupuaçu] e achei muito bom e diferente. Também nos indicaram experimentar o caldo do tacacá que não conhecemos”, lembra.
Viagem é compartilhada com mais de 18 mil seguidores no Instagram (Foto: Reprodução/Instagram)

Ponto de partida
A ideia da aventura surgiu após uma viagem de carro para a Praia de Torres (RS) em que Marques comentou sobre o sonho de conhecer a América do Sul. Vanessa começou a pesquisar sobre outras viagens e o namorado já tinha boa parte do itinerário pronto. Porém, logo nos primeiros 140 km o motor da ‘Madalena’ fundiu e eles precisaram refazer toda a peça.

“Ficamos uma semana parados esperando a kombi ficar pronta e depois seguimos viagem. Foi daí que conheceram nossa história e ganhamos vários seguidores no Instagram”, lembra.

Toda a viagem é compartilhada pelo casal no Instagram “Por Aí de Kombi” onde postam fotos dos locais que visitaram. O perfil já tem mais de 18 mil seguidores. Além disso, os aventureiros criaram uma campanha no site “Apoia.se” onde os apoiadores doam dinheiro ou oferecem a casa para que eles fiquem durante a passagem pela cidade.

“Temos cerca de 50 apoiados e todos os meses aparece alguém que quer ajudar de alguma forma. Mas, a gente também tem um orçamento diário de gastos, mas as manutenções com a ‘Madalena’ estão judiando de nós. Todas as manutenções foram maiores que o planejado. Mas já estamos vendo várias ideias para levantar dinheiro e continuar o roteiro”, afirma.
Vanessa e Lorenzo decidiram conhecer a América do Sul viajando em uma Kombi 1994 (Foto: Reprodução/Instagram)
Por Quésia Melo, G1 AC, Rio Branco

Idosos e deficientes de baixa renda que recebem salário do INSS podem ficar sem benefício

O governo quer cortar o benefício de quem tem renda familiar acima de um quarto do salário mínimo
O governo federal publicou um decreto no Diário Oficial da União que mira irregularidades nos benefícios assistenciais de idosos e deficientes de baixa renda, chamado de BPC (Benefício de Prestação Continuada).

O governo quer cortar o benefício de quem tem renda familiar acima de um quarto do salário mínimo vigente ou que já recebe um benefício previdenciário, por exemplo. Mas, mesmo quem está dentro das regras deve ficar atento para não perder o benefício por erros simples em documentos, como endereço desatualizado, CPF bloqueado ou cadastro não realizado.

Quem tem direito?

O BPC é um benefício assistencial da Lei Orgânica da Assistência Social. Apenas idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência (de qualquer idade) têm direito ao recebimento. Neste último caso é preciso comprovar impedimentos de, no mínimo, dois anos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial.

Também é preciso que a renda por pessoa da família seja menor do que um quarto do salário mínimo vigente (R$ 238,50). É preciso ter residência fixa no Brasil.

O valor é de um salário mínimo (R$ 954). Por se tratar de um benefício assistencial, não é necessário ter contribuído ao INSS. O segurado não recebe 13º salário e não deixa pensão por morte.
Fonte: Uol

Piracema traz fartura de peixe para o município de Boca do Acre, interior do Amazonas


Desde as quatro horas da manhã que o pescador José Aparecido de Lima, de 63 anos de idade, está aproveitando a piracema de mandim no município de Boca do Acre, no interior do Amazonas.
Conforme o profissional, que trabalha como pescador há mais de 15 anos, a piracema está passando desde ontem “e esse é o momento de aproveitar a fartura”.

“Eu vim pra cá cedo. Desde as quatro da manhã. Vim com meu filho. Esse é o momento de aproveitar essa fartura aqui em Boca do Acre. Em meio a crise é hora de fazer uma renda extra”, discorre Aparecido a reportagem do ac24horas.
“Aqui a gente vende o quilo por cinco reais. Pode parecer pouco, mas dá pra fazer uma boa grana”, acrescenta.

Compradores de Rio Branco

No mercado do município, a situação é a mesma. Diversos pescadores, após o término da pescaria, vende o peixe com bastante facilidade.

“Tem muita gente de Rio Branco que vem comprar aqui em Boca do Acre”, afirma seu Antônio que, conforme ele, “passou a noite pescando para vender cedo”.

“Graças a Deus já vendi bastante. Vendi mais para o pessoal de Rio Branco. Teve um, por exemplo, que levou mais de 30 quilos. É o momento de ganhar dinheiro”, diz.

TARAUACÁ: A PONTE APRESENTA PROBLEMA

A nossa ponte do Rio Tarauacá está próxima a desabar uma parte de sua cabeceira. E ninguém resolve nada neste período do verão. Será que vamos voltar para a antiga balsa?

Especialista descarta possibilidade de renovação política em outubro

Campanha é cara, e dinheiro lícito ficará com caciques partidários

Os resultados das eleições de outubropodem frustrar quem espera mudanças na política nacional. Partidos hegemônicos e políticos tradicionais tendem a se beneficiar de um sistema eleitoral que é pouco permeável à renovação, diz o economista e doutor em direito Bruno Carazza.

Autor do livro Dinheiro, Eleições e Poder, Carazza destaca que as campanhas são caras e que, como já ocorreu em outros pleitos, o financiamento contará com dinheiro ilegal de empresas – em esquemas já vistos nas investigações da Operação Lava Jato. Até mesmo o dinheiro lícito, disponível no fundo de assistência financeira aos partidos políticos e no fundo de financiamento eleitoral, será usado pelos dirigentes partidários para se reelegerem.

No livro, editado pela Companhia das Letras, o economista cruza dados sobre as doações eleitorais, obtidos em delações premiadas, com projetos, votações e atuação de parlamentares – muitos dos quais vão tentar a reeleição em outubro.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista de Bruno Carazza à Agência Brasil:

Agência Brasil: Vamos começar com uma pergunta que o senhor faz em seu livro. “Como criminosos conseguem se reeleger, mandato após mandato, mesmo sendo bombardeados com denúncias de corrupção?”

Bruno Carazza: Temos um sistema eleitoral que favorece pessoas bem conectadas com quem tem dinheiro. Qualquer candidato que pretenda ser eleito precisa fazer uma campanha personalista e cara. Tornar-se conhecido em regiões muito grandes, como são os estados, custa muito dinheiro. Isso acaba fazendo com que os candidatos se aproximem de quem tem dinheiro. Assim, começa na origem um vício de dependência entre o candidato e o doador, seja ele pessoa jurídica (uma empresa), como era na regra antiga, seja ele pessoa física, como é hoje. Outro fator é que temos nas legendas castas avessas à alternância de poder, grupos que chamamos “de caciques partidários”, que concentram poder e dinheiro, e dão as cartas na política partidária e na política parlamentar, depois de eleitos. Além disso, o foro privilegiado é um mecanismo que atrai alguns tipos de políticos. As garantias e regalias que detêm acabam fazendo com que esses personagens se perpetuem na política brasileira.

Agência Brasil: E as alianças políticas e partidárias?

Carazza: [As alianças] ocorrem muito menos por ideologia e muito mais por razão pragmática. Os partidos têm pouca identidade programática. Isso no Brasil é muito difuso. Os partidos procuram não se comprometer com nada para não se indispor com o eleitorado. As propostas acabam sendo bastante fluidas. Há exceções à direita e à esquerda, mais isso é regra em nosso sistema partidário.

Agência Brasil: As mudanças implementadas com o financiamento dos partidos e da campanha eleitoral eram ideias antigas e foram capturadas pelos “caciques políticos”, como disse. Seu estudo é sobre um sistema que sabe se preservar e se perpetuar?

Carazza: Os grandes doadores costumavam procurar os partidos mais de centro e mais de direita, e os partidos à esquerda recebiam poucos recursos. O financiamento público era desejado para equilibrar esse jogo. Quando veio o petrolão [como ficou conhecido um esquema de corrupção e desvio de fundos na Petrobras], a reação foi proibir a doação feita por empresas. O sistema do financiamento privado foi, então, desarticulado. Num instinto de sobrevivência, os partidos se uniram e começaram a abraçar a ideia. Isso foi perfeito para as estratégias dos caciques partidários, muito deles inclusive envolvidos na Lava Jato [operação em que a Polícia Federal investiga esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais em propina]. Assim tornou-se um grande instrumento para estratégias de tentar a reeleição, perpetuar-se no poder e também protelar condenações.

Agência Brasil: A disponibilidade de fundos públicos impede que haja dinheiro empresarial na campanha? Essa verba não declarada não pode financiar as eleições via caixa dois?

Carazza: Não tivemos, após a Lava Jato, a despeito de todas delações de esquemas gigantescos, envolvendo todos os partidos, nenhuma mudança na legislação para coibir o caixa 2, no sentido de aumentar penas e facilitar a investigação de crimes de corrupção, de propina e de financiamento ilícito na eleição. Proibiu-se a doação de empresas, mas sem a contrapartida de coibir a doação ilícita. Também não se avançou para tornar as eleições mais baratas. A lógica do sistema não mudou. O sistema eleitoral continua demandando muito dinheiro. Esse dinheiro virá de algum lugar. Além disso, temos um terceiro elemento: não foi desarmada nenhuma engrenagem desse sistema que faz com que o Estado seja uma mina de oportunidades para o setor privado. Então, temos, de um lado, políticos que vão continuar dependendo de dinheiro para se eleger e, de outro lado, uma série de empresas que têm muito interesse no que o Estado oferece, e têm todo interesse em suprir a demanda dos políticos. Isso não vai ser feito pelas vias oficiais. Um dos efeitos é que o que antes era feito às claras, e a imprensa podia investigar, vai para o subterrâneo de novo, como era na época do PC Farias [Paulo César Farias, tesoureiro de campanha do então presidente Fernando Collor, acusado de envolvimento no esquema de corrupção que levou ao impeachment]. Não tem nenhuma garantia de que as empresas não vão doar como caixa 2, até porque não temos mecanismos para punir isso de forma mais efetiva.

Agência Brasil: Você citou o foro privilegiado como um dos mecanismos que atraem políticos com problemas na Justiça. Mas, quando saem do foro, não há o risco de os processos regredirem várias casas e de os políticos não irem a julgamento?

Carazza: Precisamos de um processo judicial que seja mais célere, mais equilibrado, para que esses políticos sejam punidos de modo efetivo e de forma rápida. Só acabar com o foro privilegiado não resolve o problema. Temos que pensar no sistema para limitar a possibilidade de recursos protelatórios para que tenha decisões mais efetivas e mais rápidas.

Agência Brasil: Nesse sentido, a Operação Lava Jato é uma referência, ou um caso muito isolado para virar paradigma?

Carazza: Ela tem papel histórico e teve efeito positivo ao usar instrumentos modernos de persecução, como as delações premiadas. Obviamente, tivemos exagero na aplicação de um ou outro instituto. A Lava Jato teve o efeito de termobilizado órgãos de controle, o Ministério Público e a Polícia Federal.

Agência Brasil: Outubro pode ser frustrante para quem se entusiasmou com a Lava Jato e espera uma grande renovação da política? Que ambiente o próximo presidente deve encontrar para governar?

Carazza: Cada vez mais, estamos aprofundando esse modelo. Em vez de alterá-lo para ser mais positivo, para tornar a política mais inclusiva e mais aberta. Estamos observando a classe política colocando em marcha uma estratégia muito definida e muito articulada de perpetuação no poder como instinto de sobrevivência. Ao que tudo indica, não teremos grandes renovações. E teremos novo presidente eleito tendo que jogar o jogo como ele sempre foi jogado. Não vejo chances de alterar esse nosso presidencialismo de coalizão, que acabou se tornando presidencialismo de cooptação.
Edição: Nádia Franco
Por Gilberto Costa - Repórter da Agência Brasil Brasília

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Briga: Tião Viana responde a Cármen Lúcia: “encarcerar é competência do Judiciário”

Frederico Vasconcelos

Ogovernador do Acre, Tião Viana (PT), divulgou carta aberta em que lamenta as declarações da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, sobre a violência e criminalidade no estado.

“O Brasil possui 17 cidades no ranking das 50 mais violentas do mundo. Nenhuma delas é acreana”, afirma Viana, em nota oficial.

Nesta quinta-feira (9), o Blog publicou que a ministra voltou “profundamente impactada” de um encontro com juízes e desembargadores, em Cruzeiro do Sul (AC), onde foi discutir a questão da violência e a segurança dos magistrados.

Leia aqui as declarações da ministra.

“Sua Excelência ficou impactada com tanto encarceramento no Acre, tantos presos provisórios nos nossos presídios. Ora, a mais simples observação nas leis do Brasil explicita que se trata de assunto de competência única do Poder Judiciário”, afirma Viana.

O governador diz que seu governo mais do que dobrou o número de vagas e medidas ressocializantes.
***
Eis a íntegra da Nota Oficial:
*
Sua Excelência a Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) manifestou, por meio de coluna jornalística, sua surpresa com os dados do sistema prisional do Acre, quando de sua única visita na função dirigente que hora exerce.

Cheguei a pensar, inicialmente, em má-fé jornalística. A matéria, todavia, mostra que não.

Cheguei a pensar no filme “Eram os Deuses Astronautas?”, como se alguém de outro tempo, de outra realidade estivesse tendo informações, pela primeira vez, a respeito da realidade da violência no Brasil.

Pois Sua Excelência ficou impactada com tanto encarceramento no Acre, tantos presos provisórios nos nossos presídios.

Ora, a mais simples observação nas leis do Brasil explicita que se trata de assunto de competência única do Poder Judiciário. Portanto, com a palavra, o TJ do Acre.

Sobre a “surpresa com a quantidade de detentos no presídio em Cruzeiro do Sul”, pergunto como sua assessoria não a informou de que, dia 30 de agosto próximo, estaremos inaugurando nova unidade prisional, quando teremos dezenas de vagas livres?

Apenas em nosso governo, mais do que dobramos o número de vagas e medidas ressocializantes.

Apesar disso, lamento, tão somente, que Sua Excelência tenha esquecido o esforço que fiz ao lhe solicitar várias audiências, já nos primeiros dias de sua posse, e ter-lhe externado essas preocupações e ainda alertado sobre a tragédia que estava instalada no Brasil, comprometendo gerações, a partir das fronteiras amazônicas vulneráveis ao narcotráfico, por pura omissão do governo federal, surgindo assim o “ovo da serpente” para uma carnificina sem controle do sistema de segurança do Brasil.

Apelei para uma mediação sua para o governo federal cumprir a lei e liberar recursos do Fundo Penitenciário, atendendo à grave crise prisional do país.

Referi-me à perversa desproporção entre mais de 650 mil presos sob a responsabilidade dos Estados e menos de 400 nos presídios federais. Ainda discordei que o perfil de gravidade não justificasse a ida para a União.

Basta uma breve lembrança sobre cabeças cortadas, corações arrancados e tanta iniquidade instalada nos presídios estaduais.

Solicitei observação sobre crimes transnacionais e do narcotráfico estarem ferindo o Tratado de Palermo, sendo, portanto, atribuição federal.

Convidei pessoalmente Sua Excelência a participar do Encontro de Governadores do Brasil Pela Segurança e Controle das Fronteiras: Narcotráfico, Uma Emergência Nacional, em outubro do ano passado, em Rio Branco, ocasião em que contamos com 23 governadores, quatro ministros de Estado e o staff das Forças Armadas, até com convidados de outros países.

Ali informamos que no Brasil não se produzem cocaína nem armas.

O Brasil possui 17 cidades no ranking das 50 mais violentas do mundo. Nenhuma delas é acreana.

Lamento a observação individual sobre o Acre, quando certamente Sua Excelência não leva em consideração que, enquanto o Brasil registra mais de 60 mil homicídios/ano, o Acre contabilizou 211 no primeiro semestre deste ano, sendo 24 casos a menos na comparação com o mesmo período de 2017, fruto de um esforço sobre-humano das polícias estaduais. Somos um Estado que não esconde números.

Lamento Sua Excelência não saber que quando assumi o governo, em 2011, os gastos ao ano com segurança eram de R$ 175 milhões. Em 2018, estamos fazendo um esforço de R$ 507 milhões somente com a folha de pessoal.

Desaponta a não observação de que, enquanto os Estados da Amazônia assumiram em seus orçamentos R$ 10 bilhões para a região, a União assumiu apenas R$ 8 bilhões para todo o país no ano de 2016.

Lamento a não percepção de que vivemos em uma República Federativa.

Respeitosamente,
Tião Viana
Governador do Estado do Acre